Desde que a editora Fernanda Diamant pediu demissão do cargo de curadora da Flip, em meados de agosto, o posto está vago. E é provável que continue assim.
O festival não deve anunciar um novo curador convidado para a versão virtual da festa, que está mantida para fim de novembro.
Em nota, a festa literária afirma que a sua direção artística "está reunida em Paraty para avaliar as possibilidades de uma Flip Virtual, além de uma ação símbolo na cidade". Com a pandemia ainda fora de controle no país, fica cada vez mais distante a ideia de promover grandes encontros na cidade fluminense.
A Associação Casa Azul, que organiza a Flip, deve recorrer a uma solução interna para fazer a seleção dos convidados, sem convocar um nome de fora como curador. Caso isso ocorra, será um acontecimento inédito na história da festa.
Embora a associação não tenha descartado oficialmente a possibilidade de anúncio de um novo curador, a equipe da Casa Azul já está em contato com os autores internacionais que estavam confirmados na versão idealizada por Diamant, que aconteceria em julho, para participar do evento online. Também já está sondando nomes brasileiros junto a grandes editoras.
Mauro Munhoz, presidente da Casa Azul, afirma que a curadoria não representa o debate mais importante em meio às muitas questões envolvidas na organização da festa.
Com a saída de Diamant também foi suspensa a homenagem a Elizabeth Bishop, que levantou polêmica como a primeira estrangeira a ocupar o posto no festival e pelo apoio, manifestado em cartas, ao golpe de 1964. Nenhum novo homenageado foi divulgado até agora.
QUEM LÊ... O escritor Marçal Aquino enfim terminou seu próximo romance, depois de 15 anos do sucesso obtido pelo último, "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios".
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