Uma fotografia com alguns dos maiores nomes da crônica brasileira no século 20 deu origem a uma coletânea inédita, que será publicada este mês com 90 textos de seis autores que nunca tinham
saído num volume só deles.
Rubem Braga, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, José Carlos Oliveira e Sérgio Porto, que assinava também como Stanislaw Ponte Preta, posaram para o fotógrafo Paulo Garcez em novembro de 1967, todos disfarçados de terno.
Estavam às voltas com a fundação da editora Sabiá, empreitada de Braga e Sabino que foi uma espécie de sucessora da Editora do Autor, hospedando o melhor da literatura brasileira —acabou durando poucos anos, só até 1972. Mas o registro dos amigos cronistas ficou para sempre e agora inspira “Os Sabiás da Crônica”, da Autêntica.
“Quando tive essa ideia, fui tomada por adrenalina”, diz a editora Maria Amélia Mello. “Passei um ano negociando com herdeiros e agentes dos seis autores para conseguir liberar os textos. E afinal os sabiás levantam voo num momento bom, para iluminar um país abatido pela pandemia.”
A organização das crônicas, 15 de cada autor, ficou a cargo de Augusto Massi, professor de literatura brasileira da USP. E percorrem dos anos 1930 até 2004, quando morreu Sabino, o último da trupe —Sérgio Porto teve sua morte precoce no ano seguinte à foto.
Mas ali atrás da câmera, e registrado em várias das outras fotos do precioso álbum que abre a coletânea, “um outro sabiá já levantava voo”, como afirma Mello. Chico Buarque tinha apenas 23 anos.
OURO DE MINAS A primeira edição do festival Flitabira, na terra onde nasceu Carlos Drummond de Andrade, acontece no final deste mês, de 27 a 31 de outubro. Mia Couto abre o evento virtualmente falando do novo “Mapeador de Ausências”, enquanto Gregorio Duvivier lerá poemas drummondianos no último dia. Afonso Borges mediará direto da Casa de Drummond as lives, que ainda terão Itamar Vieira Junior e Monja Coen.
A SAGA DO SIG “Rato de Redação”, que contará toda a história do jornal O Pasquim, sai em fevereiro pela Matrix. Escrito pelo jornalista Márcio Pinheiro, o livro relata as principais edições, a pressão da censura, as grandes entrevistas, as maiores sacadas e as contribuições de cada membro de uma equipe lendária que incluiu os cartunistas Jaguar e Ziraldo —ambos, aliás, completam 90 anos em 2022.
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