O ex-presidente Lula, que lidera a corrida eleitoral a menos de três meses do pleito, recebeu na última quarta, durante encontro com representantes da cultura em Brasília, um manifesto com demandas da comunidade livreira para políticas de defesa do livro e incentivo à leitura a serem tomadas num eventual governo.
A campanha petista recorre com frequência ao livro como imagem simbólica, transformando em bordão a ideia de que é preciso "se armar de livros e se livrar de armas" e acenando ao setor editorial.
O documento de seis páginas partiu de um comitê inspirado em debates com mais de cem profissionais e estudiosos do mercado, entre editores, bibliotecários, livreiros e escritores como Jeferson Tenório, Maria Valéria Rezende e Itamar Vieira Junior, e numa carta aberta do setor que coletou milhares de assinaturas.
O texto faz um apanhado do que enxerga como evoluções no mercado livreiro durante os mandatos de Lula —Jéferson Assumção, escritor e um dos articuladores do projeto, foi diretor nos ministérios de Gilberto Gil e Juca Ferreira—, e avança para metas futuras.
Sugere, por exemplo, a regulamentação imediata da Política Nacional de Leitura e Escrita, de 2018, que guia as políticas do setor pela próxima década e segue ignorada; zerar a quantidade de cidades brasileiras sem bibliotecas; recriar a Secretaria do Livro, Leitura e Literatura no prometido retorno do Ministério da Cultura; e aproximar o ensino de leitura da cultura digital.
Além disso, o texto propõe fortalecer a "economia do livro independente". "O futuro governo deve apoiar marcos legais que estão tramitando no Congresso Nacional, como leis regulatórias que evitem a concorrência desleal e o sufocamento das editoras e livrarias independentes, bases da bibliodiversidade."
LEIA NAS CARTAS A artista plástica, editora e escritora Pamela Colman Smith, nome importante do movimento sufragista americano, vai ganhar dois livros pela Palimpsestus, casa independente aberta há dois anos. Primeiro, uma reunião de ensaios, contos e quase toda a produção visual da artista —que, curiosamente, é responsável por ilustrar cartas famosas de tarô; e, em segundo lugar, uma biografia recente escrita por Elizabeth O’Connor, professora de literatura do Washington College.
LEIA NA MINHA CAMISA E a Alameda vai lançar o novo livro de Bernardo Kucinski, "O Colapso da Nova Ordem", no Dia da Independência. A obra é uma sequência direta da novela distópica "A Nova Ordem", de dois anos atrás, uma ficção imbricada na realidade do Brasil bolsonarista.
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