General da ativa do Exército comandará Secretaria de Segurança do Rio

Um oficial da ativa não comanda a Segurança Pública do Estado desde a democratização

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Rio de Janeiro

Um general da ativa do Exército irá comandar a secretaria de Segurança Pública do Rio durante a intervenção federal. O nome do secretário só será divulgado oficialmente na próxima terça-feira (27). 

O interventor federal, general Walter Braga Netto, avaliou nesta quinta (22) uma lista de candidatos a ocupar a pasta da Segurança --todos generais da ativa. O escolhido por Braga Netto precisa ainda ter a aprovação da cúpula do Exército.

Criança manuseia brinquedo na frente de um tanque de guerra e quatro soldados do Exército
Exercito ocupa as comunidade na região Norte do Rio no início da intervenção federal no Rio - Danilo Verpa/Folhapress

O general Richard Fernandez Lopes é um dos principais cotados para o cargo, segundo a Folha apurou. De dezembro de 2014 até fevereiro de 2015, ele foi responsável pela ocupação militar no complexo da Maré, na zona norte. Também coordenou as ações de defesa química, biológica, radiológica e nuclear no Centro de Coordenação de Prevenção e Combate ao Terrorismo durante a Copa das Confederações de 2013.

Nascido no Rio, Lopes ingressou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército em 1978. Formado em Direito pela Uerj, possui MBA pela Fundação Getúlio Vargas. O general exerce desde 2016 o comando da Escola Marechal Castello Branco.

Também na terça devem ser anunciados o comandante-geral da PM e o chefe de Policia Civil. A expectativa é que um oficial da ativa também assuma a PM. Não será possível, contudo, colocar um militar na chefia da Polícia Civil, por restrições presentes na Constituição Federal.

Desde a redemocratização que um oficial da ativa das Forças Armadas não comanda a Segurança Pública do Estado. Em 1999, o então governador Anthony Garotinho nomeou como secretário um general da reserva do Exército, José Siqueira Silva --demitido com 95 dias no cargo.

 
Em seu lugar assumiu o coronel da PM Josias Quintal, que teria uma segunda passagem em 2003. Mais recentemente, houve a chamada Era dos delegados de Polícia Federal na Segurança, com nomeações de Marcelo Itagiba (2004-2006), José Mariano Beltrame (2007-2010) e Roberto Sá (2016-2017). 

Conforme a Folha mostrou nesta quinta (22), enquanto não é definida a cúpula da segurança, as polícias vivem uma espécie de vácuo de poder. Delegados da Polícia Civil e comandantes de batalhões da PM estão sem nenhuma orientação do comando das corporações. Seus chefes, virtuais dispensados, silenciaram sobre o presente e o futuro das forças que comandam.

 

Oficialmente, desde a última sexta-feira, a secretaria de Segurança do Rio está sob o comando do subsecretário de Assuntos Estratégicos, Roberto Alzir, já que o titular da pasta, Roberto Sá, deixou o cargo com o decreto presidencial da intervenção federal.

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