Temer cita Collor e ignora Dilma em abertura de evento mundial da água

Presidente diz que finaliza projeto para modernizar marco regulatório do saneamento 

O presidente Michel Temer durante cerimônia de abertura do Fórum Mundial da Água, no Palácio do Itamaraty, em Brasília
O presidente Michel Temer durante cerimônia de abertura do Fórum Mundial da Água, no Palácio do Itamaraty, em Brasília - André Coelho/Folhapress
Brasília

Na abertura do Fórum Mundial da Água, promovido na capital federal, o presidente Michel Temer (MDB) ignorou nesta segunda-feira (19) a sua antecessora no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff (PT).

Em discurso a autoridades estrangeiras, ao destacar que o Brasil tem um compromisso histórico com o desenvolvimento sustentável, ele citou as duas conferências das Nações Unidas sediadas no país sobre meio ambiente.

Temer lembrou que, na Rio 92, o presidente era o senador Fernando Collor (PTC-AL), mas não fez a mesma referência sobre a Rio+20, quando estava no comando do país a petista, voz crítica ao seu governo. "O compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável é histórico. Contribuímos para consagrar o conceito na Rio 92, quando presidia o país o eminente senador Fernando Collor. E na Rio +20, conferências que tivemos o privilegio de sediar", afirmou.

Presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, Collor compareceu à abertura do Fórum Mundial da Água, além da diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, e 11 chefes de Estado, entre eles o príncipe-herdeiro do Japão, Naruhito

 

Em seu discurso, Temer avaliou como "causa urgente" a implementação de políticas para garantir a segurança hídrica no mundo e lembrou que mais de 2 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico. "Simplesmente, não temos tempo a perder. Em nome do futuro da humanidade, é nossa obrigação compartilhada buscar o desenvolvimento sustentável na vertente econômica e social", disse.

Segundo ele, a vida na terra "estará ameaçada" se não forem respeitados os limites da natureza. "É ilusão acreditar que possa existir sustentabilidade para uns e não para outros", afirmou.

O presidente defendeu ainda a necessidade de buscar soluções coletivas e disse que o governo federal não admite um crescimento "a qualquer custo". "Se nos fecharmos em nós mesmos, e de maneira desarticulada, todos pagaremos um preço", disse.

Temer afirmou ainda que o governo brasileiro finaliza um projeto de lei para modernizar o marco regulatório do saneamento básico. Segundo ele, a medida irá incentivar novos investimentos na área, em busca da universalização da oferta do serviço.

FABRÍCIO LOBEL, GUSTAVO URIBE e NATÁLIA CANCIAN

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