Bombeiros concentram trabalho na parte de trás de prédio que desabou em SP

Foco foi definido por ser local onde há mais chance de haver vítimas com vida

São Paulo

O Corpo de Bombeiros segue as buscas por cinco desaparecidos após incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no largo Paissandu, em São Paulo, neste sábado (5). O trabalho está concentrado na parte de trás do prédio, menos atingida pelo fogo e onde acredita-se que há maior probabilidade de encontrar vítimas com vida.

Segundo o capitão da corporação Marcus Palumbo, de 200 a 250 toneladas de entulho são retirados por dia e encaminhados para a perícia.

Os moradores da ocupação que ficaram desabrigados dormem no chão, próximo ao local da tragédia. Acampados no largo, as famílias dizem que nem todos no local possuem colchão e barraca de camping. À noite, algumas pessoas dormem sobre cobertores na calçada para evitar contato direto com o chão duro. Objetos, como mochilas, são usados para apoiar a cabeça.

Desnorteados, eles continuam sem saber como serão os próximos dias. "Ainda não sei para onde vou”, diz a pernambucana Jessica Maria, que morava no primeiro andar.

No acampamento, os moradores se alimentam com marmitas que chegam ou com as refeições preparadas em uma cozinha comunitária improvisada. Para ir ao banheiro, dependem da boa vontade de donos de estabelecimentos nos arredores. 

Organizadores do acampamento estimam que 50 pessoas dormem no local —antes, estimam que 150 família se concentravam ali. A maior parte delas, dizem, aguarda pela negociação com a prefeitura para deixarem o largo e irem a um abrigo debaixo do Viaduto Pedroso, também no centro de São Paulo.

ranqueamento

Mais cedo, o secretário de segurança pública do município, José Roberto Marques, esteve no local e contou detalhes do plano da defesa civil para mapear 70 imóveis ocupados na capital paulista. Ele disse que as ocupações serão divididas em quatro categorias, por faixa de risco: baixo, médio, alto e muito alto.

Marques reafirmou que os trabalhos começam na segunda (7). Cinco imóveis serão vistoriados por dia, e fatores como a estrutura, a elétrica e a hidráulica serão levados em consideração para o ranqueamento. A ideia, segundo o secretário, é trabalhar em conjunto com as comunidades.

“Não existindo essa possibilidade, nossa assessoria jurídica entrará na Justiça para conseguirmos realizar as avaliações [dos imóveis]”, disse. “Vamos avaliar cada situação, se são possíveis de serem mitigados pela prefeitura ou própria comunidade. Um risco estrutural é uma situação para retirar as pessoas imediatamente”.

O comandante geral da polícia militar, Marcelo Vieira de Salles, também esteve no local. Ele disse que a igreja e os prédios vizinhos ao Wilton Paes de Almeida não têm risco de desabamento.

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