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Casos de vandalismo em semáforos de São Paulo este ano já superam 2017

Segundo a CET, foram 764 casos entre janeiro e junho, contra 761 no passado

Luciano Cavenagui
São Paulo | Agora

Os casos de furtos e roubos de componentes de semáforos em São Paulo já superaram neste ano o total de ocorrências registradas em 2017. Segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), foram 764 casos entre janeiro e junho de 2018, contra 761 em todo o ano passado. O reflexo disso são semáforos sem funcionar e confusão no trânsito.

As situações envolvem o roubo e o furto de cabos elétricos e os aparelhos controladores (as caixas dos semáforos). No primeiro semestre deste ano, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ladrões levaram 21 km de cabos, ante 48 km em todo 2017. A média diária das ocorrências passou de 2,11 em 2017 para 4,24 neste ano.

Dos 764 casos nos seis primeiros meses de 2018, 474 se referem a furto de cabos. Em 2017, das 761 ocorrências, foram 577 de cabos.

Segundo a polícia, os ladrões retiram o cobre dos fios para vender em ferros-velhos. O preço do quilo sai por R$ 18, em média. Os componentes dos aparelhos controladores também costumam ser comercializados.

De acordo com a CET, a região central do município é a mais afetada pelos crimes. O prejuízo para reposição do material furtado foi de R$ 5 milhões em 2017.

O resultado desse cenário é visto corriqueiramente pela cidade: trânsito intenso nas esquinas afetadas, principalmente até chegar aos locais os marronzinhos, como também aumento dos riscos de acidentes e atropelamentos.

“Infelizmente vemos isso com frequência. Essa situação contribui bastante para piorar o trânsito”, afirma o consultor em transporte Alberto Porto. “Para minimizar os riscos, deveriam colocar os controladores em lugares mais altos, dificultando assim o alcance dos criminosos”, avalia. 

“Há um problema também de segurança pública. Falta patrulhamento adequado para evitar os crimes e mais investigação para prender quem recebe esse material”, diz o consultor em segurança Rodrigo Barros.

O bairro do Bom Retiro, na região central, sofreu nesta sexta (13) com o problema do vandalismo nos semáforos. Por causa do furto de fios, semáforos não estavam funcionando em três esquinas ao longo da rua Anhaia, envolvendo as ruas Tenente Pena, Sólon e Barra do Tibagi.

Agentes da CET estiveram no bairro para tentar organizar o trânsito, assim como funcionários da terceirizada da prefeitura para repor os cabos levados.

“Essa situação acaba atrapalhando a vida de todo mundo. Até chegar algum marronzinho, os motoristas precisam se virar para não ter acidente. Infelizmente vejo isso com frequência pela região”, afirmou o comerciante Antônio Machado, 55, que trabalha na rua.

“Acho que precisa ter mais patrulhamento pela polícia na região para tentar evitar os crimes. Os assaltantes acabam tendo muita facilidade para levar os cabos elétricos”, afirmou o autônomo Carlos Ruiz, 43, que circula de carro com frequência pelo Bom Retiro.

“Tem muitos usuários de drogas na região central. Muitos deles levam os fios para ganhar algum dinheiro e comprar mais drogas”, disse o taxista Marcelo Barreiras, 48.

A CET, da gestão Covas (PSDB), afirmou que tem implantado medidas para combater o vandalismo, como o alteamento das caixas controladoras e a instalação de fitas de aço para lacrar as portas dos equipamentos. Disse também que mantém conversas frequentes com a secretaria da Segurança Pública e a Guarda Civil Metropolitana para combater os crimes. 

A secretaria da Segurança Pública, da gestão Márcio França (PSB), disse que a Polícia Civil conta com trabalho especializado e também realiza operações de rotina nos locais de maior incidência dos casos.

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