Descrição de chapéu Tragédia em Brumadinho

Ainda não sabemos como evitar novas tragédias como a de Brumadinho, diz vice-governador de Minas

Paulo Brant afirma, contudo, que não há risco iminente nem motivo de pânico

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant (Novo), disse nesta quinta-feira (31) que ainda não tem clareza de medidas necessárias para evitar tragédias como a de Brumadinho, ocorrida há uma semana.

“Nós vamos aprender com esse episódio, com certeza”, afirmou. Questionado sobre que medidas preventivas são necessárias, Brant disse que estão “estudando, avaliando”. “Não temos clareza absoluta.”

Após reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão, o mineiro observou que seu estado tem 50 barragens erguidas com o mesmo método da de Brumadinho, chamado alteamento a montante, que é menos seguro.

“Todas elas serão fiscalizadas junto com o governo federal, que é quem tem a competência”, afirmou. Indagado sobre o prazo, considerando o pequeno número de funcionários disponíveis para o serviço, Brant minimizou a urgência.

“Vamos tentar agilizar isso. Agora, não há nenhum risco iminente, a gente tem que tomar cuidado para não gerar pânico”, declarou.

O vice-governador usou o mesmo tom ao falar da barragem na cidade histórica de Congonhas, localizada a menos de 300 metros da área urbana —motivo de tensão para a população local.

“É com tecnologia a jusante, é menos arriscada. Não sou técnico, não posso dizer por quê”, afirmou Brant.

Vice de Romeu Zema (Novo), que foi eleito governador sem experiência prévia em administração pública, o economista e engenheiro afirmou que o estado recusou ajuda externa porque já tinha os recursos necessários.

“Mais pessoas podiam até comprometer a qualidade do trabalho e a segurança”, justificou.

Ele discordou da avaliação de pessoas envolvidas na condução da crise de que o governo Zema ficou desnorteado diante da tragédia, já no primeiro mês de mandato.

“A ação em Brumadinho, fui testemunha, fui lá todos os dias, correu bem dentro do possível. Não houve falta de recursos humanos, de alimentos, de apoio logístico. Tudo o que foi feito era o que tinha que ser feito do ponto de vista do atendimento.”

Segundo Brant, a operação visa à busca “hoje só de corpos, infelizmente”, e à reconstrução econômica da região atingida.

“A cidade de Brumadinho dependia crucialmente da Vale do Rio Doce [sic]. A saída da Vale vai gerar uma série de repercussões sobre o município”, afirmou, usando o nome antigo da empresa.

“A Vale vai colocar recursos financeiros, isso ela já assegurou. É fundamental, mas não basta. Vamos criar grupos no sentido de repensar a economia da cidade”, disse, sem mais detalhes.

Para o vice mineiro, seria leviano acusar a diretoria da Vale antes de a Justiça concluir se houve ou não dolo ou erro grave.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.