A chuva que caiu sobre São Paulo no primeiro dia do ano causou transtornos na região metropolitana da capital.
Em Cajamar, à noroeste da cidade, ao menos 20 famílias de uma comunidade no bairro Paraíso tiveram as suas casas inundadas, próximo ao Córrego das Traíras. A Defesa Civil disponibilizou um ginásio para abrigar os afetados.
Segundo a gestão do recém-empossado prefeito Saulo Anderson (PSD), foi realizado um mutirão de limpeza para a desobstrução de córregos e rios do município, que teve volume de mais de 100 mm de chuva nesta terça-feira (1º).
Na cidade vizinha de Santana do Parnaíba, a estação de Cidade São Pedro registrou 172.4 mm de chuva em três horas de precipitação. O município de Pirapora do Bom Jesus também foi um dos mais afetados.
Na capital paulista, a chuva deixou toda a cidade em estado de atenção e causou o transbordamento de ao menos dois córregos.
Perus, bairro da zona norte já castigado pelas chuvas nos últimos dias da primavera, há duas semanas, teve o transbordamento do córrego local. Em Itaim Paulista, no extremo da zona leste, o córrego do Lajeado também transbordou.
As regiões entraram em estado de atenção —quando é registrada chuva forte, de lento deslocamento— a partir das 14h47, na zona leste, e o estado foi mantido até às 19h51.
O estado de alerta —quando há a iminência do transbordamento de rios e córregos— ocorreu apenas no Itaim Paulista e em Perus. O bairro da zona norte registrou mais do que o dobro do volume de chuva do segundo em que mais choveu, o Tremembé, também no norte da capital. Foram 73,8 mm de chuva, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, da Prefeitura).
No dia 19, quando um homem morreu em decorrência da inundação em Perus, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que o córrego passou por procedimento de limpeza e que há um projeto para dar vazão ao volume das chuvas na região que contempla a construção de um piscinão e de um parque linear no bairro.
Na segunda-feira (31), o vereador Milton Leite (DEM), na função de prefeito em exercício, assinou a autorização para obras no córrego Paciência, também na zona norte, com repasses de R$ 143 milhões do governo federal.
A tendência para os próximos dias é a mesma, de manhãs e inícios de tarde com sol e calor, com pancadas de chuva mais frequentes entre a tarde e a noite e potencial de alagamentos. As madrugadas devem seguir abafadas.
Nesta quarta (2), a zona sul e a Marginal Pinheiros entraram em estado de atenção para alagamentos às 17h42.
Na quinta (3), a mínima prevista pelo Inmet (Instituto Nacional de Metereologia) para a capital paulista é de 21ºC, com máxima de 32ºC, dois graus a mais do que a máxima prevista para esta quarta (2). Segundo o CGE, o solo encharcado pelas chuvas fortes eleva o potencial para a formação de alagamentos.
Já na sexta (4), o Inmet prevê máxima de 29ºC e mínima de 22ºC. Pancadas de chuva estão previstas nos dois dias.
DEZEMBRO SECO E MAIS QUENTE
Conforme dados históricos do CGE, o último mês de dezembro foi o segundo mais seco da cidade desde 1995, quando o centro começou a compilar os valores. O acumulado mensal de chuva foi de apenas 109,7mm em média na cidade, ficando pouco mais de 42% abaixo dos 190,7mm esperados para o mês.
Em apenas dois dias, 1º e 23º, choveu o equivalente a 45% deste total. O dezembro mais seco da série histórica do CGE foi em 2013, com 97.2 mm.
As temperaturas máximas foram quase dois graus acima da média histórica, de 28,2°C, com registro de 30,1°C de média para dezembro passado. As temperaturas mínimas, por sua vez, mantiveram o padrão histórico (18,5°C no mês para 18,9°C da média histórica).
Medidas simples podem amenizar os efeitos dos alagamentos
- Evite transitar em ruas alagadas;
- Se a chuva causou inundações, não se aventure a enfrentar correntezas;
- Fique em lugar seguro. Se precisar, peça ajuda;
- Mantenha-se longe da rede elétrica e não pare debaixo de árvores. Abrigue-se em casas e prédios;
- Planeje suas viagens, para que haja menor possibilidade de enfrentar engarrafamentos causados por ruas bloqueadas;
- Em caso de dúvida sobre vias bloqueadas, ligue para a central de atendimento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) através do número 1188 ou entre no site da CET para saber como está o trânsito nas principais vias.
Fonte: CGE
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.