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'Rosto' de servidor municipal de SP é de uma mulher que atua na área da educação

Prefeitura possui 121 mil funcionários, idade média é de 47 anos e a maioria passou em concurso

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A funcionária mais velha da Prefeitura de São Paulo, a encarregada de serviços gerais Maria de Lourdes Almeida Spaziante, 88, e a mais nova, a assessora Isabela Barros Rodrigues, 18 - Rivaldo Gomes/Folhapress
São Paulo | Agora

Se tivesse um único rosto para defini-lo, o servidor público municipal seria uma mulher, de 47 anos, branca e professora na Secretaria da Educação. Esse é o panorama médio que se tem a partir da análise dos dados de outubro sobre o efetivo da administração municipal à disposição dos paulistanos.

Ao todo, a capital tem mais de 121 mil funcionários públicos (pouco menos que a população total de São Caetano do Sul, na região do ABC). Desses, 94,6% foram aprovados em concurso.

Dois em cada três servidores públicos da prefeitura da capital trabalham na Secretaria Municipal da Educação e sete em cada dez no geral são mulheres.

Quase metade do servidores (45,1%) assumiu o posto há menos de dez anos. Entretanto, a prefeitura tem ainda 2.533 servidores com mais de 30 anos no serviço público municipal. Na média, os funcionários estão há 13 anos na prefeitura.

Especialista em administração de contas públicas pela ESPM, Adriano Gomes afirma que o fato de a prefeitura contar com funcionários com uma média de idade próxima aos 50 anos não significa problema algum do ponto de vista da eficiência no serviço.

“Ou se tem uma boa administração de recursos humanos ou não, independentemente da idade dos trabalhadores”, afirma.

Segundo Gomes, quem entra hoje no serviço público precisa ter uma visão diferente daquela que havia entre as pessoas no passado, onde a estabilidade e a certeza de uma aposentadoria relativamente confortável estavam no horizonte. “Se a pessoa está com a velha ideia de trabalhar um período pequeno e se aposentar com salário integral, seguramente não terá esse figurino”, afirma.

A servidora pública Sônia Aparecida de Godoy, assistente de gestão de políticas públicas, entrou na prefeitura em 11 de outubro de 1968 - Jardiel Carvalho/Folhapress

MEIO SÉCULO NA PREFEITURA 

A assistente de gestão Sônia Aparecida de Godoy, 72 anos, comemorou em outubro meio século como servidora pública municipal. É a funcionária há mais tempo na prefeitura e não faz questão de parar, por enquanto. “Talvez no ano que vem [2019]. Vamos ver, depende de algumas coisas”, afirma.

Para Sônia, continuar a trabalhar significa manter o padrão de vida. “Não me aposentei ainda porque tenho uma gratificação de atividade. Se me aposento, terei o desconto. Só de IPTU pago R$ 1.100 por mês. Ninguém sabe onde o sapato aperta na gente”, diz.

A funcionária conta que entrou na prefeitura em 1968, depois de trabalhar por dois anos na antiga Força Pública, a atual Polícia Militar. A perspectiva para os mais novos não é animadora. “O salário está muito baixo. Há pessoas que são nomeadas e desistem. Poucos são os que tomam posse.”

Sobre os 50 anos na prefeitura, Sônia diz que recebeu uma medalha dos colegas. “A gente deixou muita amizade. Tenho até hoje contato com os colegas que se aposentaram.” 

 
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