O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, respondeu ao texto de Patrícia Borelli, publicado na Folha nesta segunda-feira (25), em que ela fala da perda da mãe, Maria de Lurdes da Costa Bueno, desaparecida na tragédia de Brumadinho.
No texto "Schvartsman, você está errado", Borelli rebate a fala do presidente de que a empresa é uma "joia" e "não pode ser condenada por um acidente, por maior que tenha sido a tragédia". Borelli afirma que as verdadeiras joias são as vítimas, os bombeiros, os voluntários, as comunidades indígenas e o próprio estado de Minas Gerais.
"Uma empresa não é joia só por trazer empregos e dinheiro. Uma empresa-joia lidera guiada pelo norte da ética, do respeito à vida e ao meio ambiente. E a Vale, hoje, não é essa empresa", escreveu ela.
O rompimento das barragens na mina Córrego do Feijão, da Vale, deixou 179 mortos e 131 desaparecidos, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais.
Leia a carta de Schvartsman na íntegra:
"Sra. Patrícia, a sra. tem razão: as verdadeiras joias deste país são os heróis que menciona. Peço desculpas. Certamente foi uma má escolha de palavras da minha parte. A minha intenção era dizer que a Vale é um patrimônio nacional.
Ao responder à sra. estou ao mesmo tempo buscando responder a todos os familiares das vítimas que tenham as mesmas questões.
Gostaria de dizer que lamento profundamente essa tragédia. Perdemos muitos colegas e muitos dos nossos empregados perderam parentes próximos. O seu sentimento, pode estar certa, é também o nosso.
Sobre o minuto de silêncio, peço licença apenas para uma explicação: imediatamente baixei a cabeça e fechei os olhos num sinal de respeito às vítimas e estava tão concentrado no pensamento voltado a elas que sequer percebi as pessoas se levantando. Lamento profundamente ter dado a impressão errada."
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