Marcola e outros 3 são transferidos para presídio federal de Brasília

É a segunda vez em pouco mais de um mês que líder do PCC é transferido de presídio

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São Paulo

O líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido nesta sexta-feira (22) de presídio federal pela segunda vez em pouco mais de um mês.

Marcola estava preso na unidade de segurança máxima de Porto Velho (RO) desde o dia 13 de fevereiro. Sob um forte esquema de segurança, ele foi levado nesta manhã para a Penitenciária Federal de Brasília.

Antes de chegar a Rondônia, Marcola cumpria sentença na Penitenciária II de Presidente Venceslau, cidade do estado de São Paulo.

Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder do PCC
Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder do PCC - Sergio Lima - 23.fev.2018/Folhapress

De acordo com o Ministério da Justiça, outros três detentos foram transferidos junto com o líder do PCC para a capital federal. A escolta de transferência envolveu agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e do Comando de Operações Táticas da Policial Federal.

O Ministério da Justiça informou, por meio de nota, que as transferências recorrentes de detentos de alta periculosidade são estratégicas "para o isolamento de lideranças e fundamentais para o enfrentamento e o desmonte de organizações criminosas."

O deslocamento dos presos foi feito pela Força Aérea Brasileira. Para o acompanhamento da operação, foram disponibilizadas viaturas da Polícia Federal e do Depen, além de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal.

Homens da Força Nacional de Segurança também foram deslocados para monitorar áreas próximas da Penitenciária Federal de Brasília.

PLANO DE FUGA

Marcola estava em Rondônia desde fevereiro. Ele foi transferido de Presidente Venceslau (SP) para a unidade da região Norte do país por conta da descoberta em 2018 de um plano de fuga que utilizaria até um exército de mercenários para o resgate dele e de parte da cúpula do PCC.

​A Justiça de São Paulo ficou ainda mais pressionada a determinar a transferência do criminoso depois que, no final do ano passado, duas mulheres foram presas com suposta carta com ordem do chefão do PCC para matar o promotor Lincoln Gakiya, que investiga há anos o crime organizado.

saída de Marcola do estado de São Paulo provocou um racha nos últimos meses do governo Márcio França (PSB) entre integrantes da cúpula que defendiam a transferência de Marcola e outros que temiam represália por parte dos criminosos se essa medida fosse concretizada, a exemplo do que ocorreu em maio de 2006, quando forças de segurança foram atacadas em represália à transferência de 765 presos para Venceslau.

Mais de 300 ataques da facção a prédios públicos na época deixaram 59 agentes de segurança mortos em cinco dias. O saldo de mortes aumentaria nos dez dias que se seguiram, quando grupos de homens encapuzados saíram às ruas para vingar as mortes de policiais. Foram 505 civis mortos.

Atualmente, segundo investigação da polícia e da Promotoria, a facção que surgiu de um time de futebol composto por oito presidiários, tem representantes em todo o país e boa parte da América Latina, com mais de 20 mil membros cadastrados e obedientes a Marcola.

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