As águas do rio Araguaia, que banha os estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará, não terão mais as bênçãos de um navegador apaixonado: o padre Ângelo Licati.
O amor pelo rio o colocou como um defensor da natureza, especialmente do Araguaia. Também era fanático por pescaria. Anualmente, em julho, há mais de 50 anos, organizava uma caravana com outros padres e amigos para pescaria no rio.
Paulista, Licati nasceu em Avaré (267 km de SP). Aos dez anos, entrou para o seminário. Mais tarde, cursou teologia em Roma. Trabalhou por anos no Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (a 180 km de SP), onde foi prefeito da igreja e reitor.
Em 1976, mudou-se para Goiás. Diariamente, dedicava-se aos atendimentos e celebrações de missas no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, no município goiano de Trindade. Foi reitor do santuário e vigário paroquial na Igreja Matriz de Campinas, em Goiânia. Foram 67 anos de sacerdócio.
O amigo Jesus Flores, 86, padre e missionário redentorista da Basílica Divino Pai Eterno, conta que a personalidade forte de Licati marcou a sua trajetória como um disseminador da palavra de Deus com entusiasmo e empolgação.
“Ele traduzia a doutrina da igreja de forma vibrante para o povo, principalmente porque tinha facilidade de comunicação e empatia, e não fazia distinção entre as pessoas”, afirma.
“Seu entusiasmo era tanto que, mesmo doente, queria trabalhar”, diz.
Ângelo Licati morreu por complicações de uma úlcera no dia 27 de setembro, aos 91 anos. Deixa uma irmã.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.