Aos 18 anos, Manuel do Nascimento Caldeira deixou Gebelim, a freguesia portuguesa onde nasceu, para vir morar com um irmão no Brasil.
O início da vida profissional foi numa loja de tecidos, com o irmão, na rua 25 de Março, no centro de São Paulo. Com o tempo, tornou-se sócio.
O acolhimento que recebeu quando chegou ao país foi retribuído a cada manifestação simpática e carinhosa com a qual recebia os clientes na loja.
De personalidade forte, mas alegre e querido, Manuel fez muitos amigos. Para eles e a família, foi um exemplo de honestidade.
Foi no bairro da Mooca, na zona leste da capital paulista, que construiu sua trajetória e realizou sonhos.
Ali, o coração português bateu mais forte. Apaixonou-se por uma vizinha, Marilda.
A moça era noiva. Manuel não sabia, mas uma cartomante havia dito a ela que o grande amor de sua vida atravessaria o oceano para se casarem.
O relato é de um dos filhos, o representante comercial Marcelo Ferrari Caldeira, 52. “Assim que a minha mãe desmanchou o noivado, meu pai escreveu uma carta e pediu para uma sobrinha entregar. Logo começaram a namorar”, conta Marcelo.
Torcedor da Portuguesa e do Vasco, Manuel não perdia uma festa e muito menos a dança. Ativo, era do tipo que subia no telhado sozinho e consertava qualquer coisa.
Há um ano, descobriu um câncer de próstata com metástase óssea.
Aos 81 anos, Manuel do Nascimento Caldeira foi encontrado morto no dia 22 de dezembro, após ter a casa invadida por ladrões. A causa da morte está em apuração. Deixa esposa, três filhos e um neto.
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