O ano de 2019 foi movimentado na vida de Valdir Ribeiro da Silva Junior. Casou-se em fevereiro com a moça que havia conhecido na semana de confraternização dos calouros de jornalismo da USP (Universidade de São Paulo) sete anos antes.
Meses depois da união, compraram um apartamento. Para conseguir pagá-lo, Valdir colocou em prática um dos traços mais marcantes de sua personalidade: a determinação.
Com 26 anos, achava que era hora de trabalhar bastante para obter independência financeira. Emendava um trabalho no outro como jornalista.
Passou a cuidar recentemente de uma área de reportagens aprofundadas num site sobre tecnologia.
Sentiu-se realizado ao ser enviado para cobrir eventos do setor em Las Vegas e Orlando (EUA). Valdir também fez dezenas de colaborações para esta Folha. Em paralelo, pesquisava em seu mestrado na ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP.
Tantas tarefas ao mesmo tempo só eram possíveis porque era calmo, prático e de riso fácil. No trabalho, isso lhe rendeu o apelido de "Valdir Bossa Nova", por seu tom de voz suave lembrar o de João Gilberto.
Todo final de ano, era um dos idealizadores do churrasco que reunia os amigos da faculdade em uma chácara em Santana do Parnaíba (Grande SP).
No mais recente desses encontros, em dezembro, não se sentiu bem. Dias depois, foi diagnosticado com câncer de glândula suprarrenal raro e agressivo. Passou por cirurgia, mas a metástase aumentou.
Valdir Ribeiro da Silva Junior morreu no dia 2 de fevereiro, aos 26 anos. Deixa a esposa, os pais, a irmã e a cachorrinha Nala.
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