O jeito mal-humorado só servia para esconder a alma leve e brincalhona de Castelo Hanssen, que fazia piada de qualquer situação.
O escritor, poeta e jornalista Castelo Hanssen nasceu em São Paulo. Começou a carreira no ABC, onde trabalhou em um jornal local e fez parte do Colégio Brasileiro de Poetas de Mauá.
Depois, foi para Guarulhos (Grande SP) para trabalhar na Folha Metropolitana. Na cidade, atuou em pelo menos quatro veículos de comunicação, segundo conta o amigo há 40 anos, o jornalista Valdir Carleto, 66.
À época, Valdir era dono do jornal Olho Vivo. A atividade profissional os aproximou e Valdir o convidou para integrar sua equipe. Foram 20 anos de convivência.
"Hanssen foi um profissional completo: eclético e cumpria com eficiência qualquer tipo de pauta", diz Valdir.
Simples e humilde, Castelo valorizava o que os olhos não conseguiam enxergar, como caráter e sentimentos nobres.
Incentivador da cultura em Guarulhos, no final dos anos 1970 criou o grupo literário Letraviva, em parceria com outros poetas da cidade. Em 1978, ajudou a fundar a Academia Guarulhense de Letras, a qual presidiu no biênio 2008-2010.
Entre seus feitos, deixou oito livros, sendo seis de poemas, um de crônicas e uma resenha histórica da cultura de Guarulhos, feita em parceria com Guilhermina Helfstein.
"A capacidade das pessoas não se mede pela aparência. O grande legado de um profissional, independentemente da área de atuação, é o que ele faz pelo coletivo", afirma Valdir.
Aristides Castelo Hanssen morreu dia 6 de março, aos 78 anos, em decorrência de complicações renais e infecção sanguínea. Deixa esposa.
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