A honestidade e capacidade de organização da educadora Neide Sanchez Andrade Carapeto chamavam a atenção do filho, o publicitário José Ricardo Andrade Carapeto, 52.
"Minha mãe poderia ser uma executiva de alto escalão, além de professora e diretora de escola", diz.
Neide nasceu em São Paulo. Filha de espanhol e de uma brasileira descendente de italianos, era a caçula e a única mulher de cinco filhos.
Fez o magistério e depois graduou-se em pedagogia no Instituto de Ensino Superior Senador Flaquer, em Santo André (ABC). Na década de 1970, foi uma das poucas mulheres que cursaram pós-graduação na USP.
Neide deixou um legado para a educação pública.
Aos 21 anos, segundo José, já trabalhava na então Escolas Reunidas do Alto do Belém, que viria se tornar anos depois a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Arthur Azevedo.
"A Escolas Reunidas ficava num galpão de madeira com duas salas de aula, uma sala de apoio e banheiros. Quando a chuva forte causava inundação, ela acionava o corpo de bombeiros para tirar as crianças da classe", conta José.
À época, mobilizou a comunidade com o apoio das mães e do então secretário da Educação, e conseguiu aprovar em 1968 a construção da nova edificação junto ao prefeito vigente.
Tornou-se a primeira diretora da Emef Arthur Azevedo e atuou por mais de dez anos na gestão da escola.
"Ela era digna com a vida e as pessoas. Por isso colheu a admiração dos familiares, amigos e colegas de trabalho. Amou o que fez", diz José.
Neide Sanchez Andrade Carapeto morreu dia 6 de março, aos 81 anos, dias após passar por uma cirurgia no intestino. Viúva, deixa dois filhos, duas noras e dois netos.
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