A família de Melany Schvartz fora marcada pelo holocausto, o que a fez eterna solidária daqueles que sofrem.
Filha de judeus, Melany nasceu em São Paulo e viveu a infância na Bela Vista (região central).
Movida principalmente por aliviar o sofrimento humano, escolheu as carreiras de psicóloga e psicanalista. Formou-se na USP, onde também fez mestrado e doutorado.
De aluna, passou a professora —atividade que exerceu durante 20 anos. Orientou teses e participava de bancas. Todos a conheciam como uma professora querida, pois era ela quem introduzia os alunos da graduação e pós-graduação ao estudo da psicanálise.
Quando se aposentou, Melany dedicou-se integralmente a seu consultório.
Ela também foi membro efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
Segundo a filha, a psicóloga Cintia Freller, 58, sua marca foi a busca pela verdade e a sinceridade, que muitas vezes chegava a incomodar. Apontava o que via de hipocrisia e problemas.
De esquerda, envolveu-se com as questões políticas. Preocupada com a desigualdade social, tinha comprometimento e paixão por ajudar as pessoas a diminuírem o sofrimento.
A leitura era seu programa preferido num ranking de cultura invejável. Depois, vinham o cinema e a música clássica. Foi uma avó importante na formação dos netos por introduzi-los no universo da cultura com passeios a exposições, ao teatro e ao cinema.
Um dos netos, o cientista político Felipe Freller, 29, diz que ela era muito amiga. “Minha avó se preocupou com o nosso desenvolvimento humano, emocional, espiritual e intelectual.
Quis acompanhar a nossa evolução de perto. Nos ensinou a olhar para a vida e para suas múltiplas dimensões para vivermos com intensidade e com a preocupação de crescer e desenvolver em todas
as direções”, diz Felipe.
Melany Schvartz morreu dia 2 de abril, aos 78 anos, de infarto agudo do miocárdio. Divorciada, deixa dois filhos, o genro, dois netos e as esposas.
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