Era o sol brilhar para o medalha de ouro no basquete brasileiro, Gerson Victalino, convocar a família e os amigos para assistirem ao que fazia de melhor quando não estava dando alegria nas quadras.
O filho e também jogador de basquete, Gerson Victalino Filho, 36, conta que o pai era campeão no churrasco e um excelente cozinheiro, especialista em lasanha e feijoada.
Mineiro de Belo Horizonte, Gerson Victalino nasceu em família simples. Foi revelado pelo Esporte Clube Ginástico, onde dizia que queria terminar a carreira, tamanha gratidão.
Do Ginástico rodou o mundo. Ficou 12 anos na seleção brasileira e participou de três Olimpíadas: Los Angeles (1984), Seul (1988) e Barcelona (1992). Esteve na campanha histórica da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1987, em Indianápolis, nos EUA. “Desde o início da trajetória dele, tinha como meta vencer na vida”, diz o filho.
Gerson chegou ao fim da vida sem deixar que a fama e o sucesso alterassem a essência da sua alma. Dividiu entre familiares e amigos necessitados parte do dinheiro que ganhou.
Não media esforços para ajudar o próximo. “Quanto mais vitorioso, mais ele se tornava humilde”, conta o filho.
Antes de abraçar lindamente a prática de um esporte coletivo, já sabia o significado de viver em grupo. Sim, ele foi um campeão!
Muito ligado à família, Gerson era generoso, simples, amoroso, perseverante e devoto a Deus. Nem a doença abalou sua fé.
Segundo o filho, Gerson fez de tudo para vencer os efeitos da ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), doença que causa paralisia progressiva dos músculos, e sempre passou força aos familiares.
Foi um grande incentivador de carreiras. Seu desejo era que os filhos seguissem a profissão que tocasse o coração. Dos sete filhos, cinco são atletas —dois no basquete, duas no vôlei e um no Jiu-jitsu.
Gerson Victalino morreu no dia 29 de abril, aos 60 anos, por complicações de ELA. Deixa esposa, sete filhos e cinco irmãos.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.