Descrição de chapéu Coronavírus

Bares em SP abrem à noite sem aglomerações e com pouco movimento

Governo do estado liberou abertura até as 22h, mas maior movimento é esperado no fim de semana

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São Paulo

As calçadas da Vila Madalena em São Paulo, acostumadas com aglomerações de pessoas e mesas antes da pandemia, estavam vazias no primeiro dia em que bares e restaurantes puderam abrir de noite na cidade desde o início da pandemia do novo coronavírus.

Diferente das imagens vistas no começo de julho no Leblon, no Rio de Janeiro, o movimento foi baixo e as poucas pessoas nas calçadas, em sua maioria fumantes, voltavam rapidamente para as mesas na área interna do bar que frequentavam.

O governo do estado liberou bares e restaurantes para abrirem até as 22h, por no máximo 6h. Antes, só até 17h.

Os donos dos estabelecimentos procurados pela Folha afirmam que esperavam um aumento de 50% no faturamento com o novo horário de abertura.

"Isso é um terço do que faturávamos, ainda não fecha a conta", disse Humberto Munhoz, sócio do bar O Pasquim. O movimento nesta noite de quinta (6), no entanto, estava dentro do esperado pelo bar.

No fim de semana, que costuma ter mais clientes e ainda terá a transmissão da final do campeonato paulista de futebol masculino, o bar espera faturar mais. Ele afirma que funcionários não foram demitidos durante a pandemia.

Bares no bairro Vila Madalena tiveram pouco movimento no primeiro dia de abertura à noite - Adriano Vizoni/Folhapress

Duas mudanças são defendidas pelos donos de estabelecimentos ouvidos pela Folha: mais tempo de abertura e a possibilidade de ocupação de calçadas com mesas e cadeiras, respeitados protocolos de distanciamento.

"Com isso, estimamos chegar a metade do faturamento de antes da pandemia, o que já melhora bastante", diz Munhoz. "Este ano, ninguém está pensando em lucro", completa.

A maioria tinha álcool em gel e medição da temperatura de clientes na entrada, regra para reabertura.

No Ponto X da Vila, sem clientes, o garçom Kleber Rodrigues afirma que a mudança de horário ainda é pouco para que o faturamento melhore.

O bar ficou três meses fechado e demitiu funcionários. De dia, o estabelecimento faz delivery de comida.

Rodrigues afirma que não tem receio da volta do funcionamento noturno, que costumava reunir grupos grandes pessoas. Segundo ele, o bar segue os protocolos sanitários exigidos. “É só nos precavermos, igual fazemos em casa, em qualquer lugar”, diz.

Ruth Cazal, que bebia com uma amiga no O Pasquim, mora fora do país e está em São Paulo apenas por uns dias. “Estamos nos expondo de qualquer forma, mesmo quando pedimos comida em casa. Não vejo nada errado se seguirmos todas as recomendações”, afirmou sobre a volta do horário noturno de funcionamento dos bares.

O novo horário foi anunciado pelo governador João Doria (PSDB) em entrevista nesta quarta (5) e vale apenas para regiões de saúde do estado que estejam na fase amarela do Plano SP há pelo menos duas semanas.

Além do limite de 6 horas, os estabelecimentos devem funcionar com apenas 40% de sua capacidade máxima, e os clientes não podem ficar em pé. As mesas seguem as recomendações de distanciamento umas das outras, e a entrada no bar só pode ser feita após aferição de temperatura na entrada.

Segundo o prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB), já havia entendimento da Vigilância Sanitária da cidade para funcionamento dos bares até 22h antes do anúncio do governador.

Alguns estabelecimentos da região central de São Paulo devem receber um projeto piloto que permitirá o uso das calçadas para mesas e cadeiras, que será avaliado e estendido, se forem respeitados os protocolos e caso não haja aglomerações.

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