Descrição de chapéu Obituário Teresa Couto Ribeiro Bassella (1937 - 2021)

Mortes: Exótica, fez sucesso como encantadora de serpentes

Índia Maluá viveu incertezas e dissabores até desfrutar do amor da filha

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São Paulo

A vida da índia Maluá foi cheia de incertezas e dissabores. Não se sabe ao certo seu nome verdadeiro, o local e a data de nascimento. Um documento antigo a apresenta como Maria Primavera, nascida na Bahia no dia 24 de agosto de 1931. Em outro, ela aparece como Teresa, nascida em Goiás no dia 24 de agosto de 1937.

Quanto ao nome artístico Índia Maluá, veio da cantora e atriz Vanja Orico, na década de 1950.

As informações de sua trajetória são do escritor e pesquisador Alberto Camarero, 70, que tem um blog sobre Maluá. Os dois eram amigos desde 1972.

Teresa Couto Ribeiro Bassella, índia Maluá (1937-2021)
Teresa Couto Ribeiro Bassella, índia Maluá (1937-2021) - Índia Maluá no blog Os Albertos Apresentam

Da história sabe-se que sua mãe, Anelina, era índia; o pai não. Antes de completar um ano de idade, ele as levou para Bom Conselho, em Pernambuco. Anelina tornou-se alcoólatra e a maltratava. Assim, Maluá foi entregue a um orfanato e depois a uma família no Rio de Janeiro.

Uma série de dificuldades a acompanhou até que um olheiro a viu na praia e a levou para Luz del Fuego, uma vedete que se apresentava no teatro e em circos dançando com cobras. Luz a acolheu. Maluá tornou-se uma encantadora de serpentes.

Em 1953, veio o convite para atuar no filme italiano “Yalis, a Flor Selvagem”, com Vanja Orico.

Maluá, que já não morava mais com Luz, passou a viajar pelo país, apresentando-se com as serpentes. Fez espetáculos em circos, teatros e boates no Brasil e na América Latina. Em 1967, participou do filme “A Opinião Pública”, de Arnaldo Jabor.

Em 1972, no Café dos Artistas, no Largo do Paissandu (centro), onde costumavam reunir-se artistas de teatro e de circo, Maluá foi convidada para participar da peça teatral “A Viagem”, no Teatro Ruth Escobar, onde conheceu Camarero.

“Ela era um doce de pessoa, tímida, falava baixinho. Pessoa resignada com o que a vida lhe apresentou. Sofreu muitos abusos, mas nunca perdeu a dignidade”, disse.

Nas décadas de 1980 e 1990, Maluá fez muitas apresentações em programas populares de TV.

Em 2012, mudou-se para Florianópolis e passou a viver com a filha, que é um capítulo à parte na história.

Crystal é fruto do relacionamento com um músico paraguaio no início dos anos 1960. Maluá a entregou, ainda criança, para ser cuidada por uma família, mas nunca a abandonou.

O fim da vida da índia Maluá afastou as mágoas e recuperou o amor.

Maluá morreu dia 29 de julho. A causa não foi informada. Além da filha, ela deixa dois netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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