Ataque de criminosos a banco em Itajubá (MG) deixa 4 feridos

Grupo fugiu após troca de tiros, mas não há informação sobre o que foi levado; entre os baleados está um estudante que passava no local

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São Paulo e Belo Horizonte

Um grupo fortemente armado assaltou uma agência da Caixa Econômica Federal em Itajubá, na região sul de Minas Gerais, entre o final da noite de quarta-feira (22) e o início da madrugada desta quinta-feira (23).

Pelo menos quatro policiais militares e um estudante ficaram feridos em troca de tiros na ação. Um cerco foi montado pela Polícia Militar com a participação do Bope (Batalhão de Operações Especiais).

O alvo foi a agência central da Caixa na cidade. Para roubar o cofre de penhor do banco, os assaltantes cercaram a sede do Batalhão da PM e atiraram contra os policiais.

O grupo fugiu em cinco carros por estradas da região. Não há confirmação sobre o que foi levado do banco.

A imagem mostra um carro com as portas abertas parado em uma rua escura
Carro abandonado em Itajubá (MG) após tentativa de assalto a agência bancária - Reprodução/Redes sociais

Moradores da cidade de 98 mil habitantes publicaram nas redes sociais vídeos que mostram os criminosos e o barulho de tiros, além do pânico da população. Estou no meio do tiroteio que está ocorrendo no centro de Itajubá neste momento", relatou um morador nas redes sociais. "Eu e minha amiga estamos deitados, pois tem criminosos em todas as esquinas. Cena de filme."

A troca de tiros ocorreu próximo à agência. O estudante foi atingido na perna dentro de seu veículo quando passava pelo local, segundo informações da PM. Em nota, a prefeitura confirmou que um morador sofreu ferimentos e foi levado a um hospital para atendimento.

"É importante que a população se mantenha calma, permaneça em local seguro e evite circular pela cidade", diz a nota.

Um dos PMs foi submetido a cirurgia no braço depois de ser atingido por tiro de fuzil. Outro foi atingido no ombro. Nenhum corre risco de morrer. Dois tiveram ferimentos leves causados por estilhaços.

A polícia acredita que integrantes do bando também possam ter sido feridos. Uma caminhonete com marcas de sangue no interior foi localizada na zona rural de Extrema, na divisa com São Paulo.

A ação em Itajubá tem as características do que ficou conhecido como "novo cangaço", que são ataques de quadrilhas com armamento pesado que invadem cidades de pequeno e médio porte em estados como Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

A polícia afirma que em Itajubá o bando utilizou "armamento de guerra", como fuzis de grosso calibre.

Além de explodirem agências de bancos, os bandos têm como estratégia fazerem cerco a batalhões da PM, como forma de evitar a atuação da corporação durante os ataques.

Ações desse tipo acontecem com frequência desde 2018, são realizadas por quadrilhas especializadas e fazem parte do chamado novo cangaço. São invasões de cidades de pequeno e médio porte por criminosos fortemente armados, em grupos de 15 a 30 homens, que chegam durante a noite ou madrugada em comboios de veículos potentes.

Em abril deste ano, uma tentativa de assalto a uma empresa de transporte de valores levou pânico à cidade de Guarapuava, no interior do Paraná. Três pessoas ficaram feridas, nada foi roubado e os bandidos fugiram. Cerca de 30 criminosos fortemente armados usaram ao menos oito carros, entre os quais alguns blindados, para tentar acessar o caixa da empresa de transporte de valores Proforte.

Em agosto de 2021, criminosos fortemente armados invadiram Araçatuba, a 521 km de São Paulo, espalhando terror na cidade de quase 200 mil habitantes. O grupo explodiu e roubou duas agências bancárias, fez moradores reféns, disparou bombas e ateou fogo em veículos durante a fuga. Dois moradores da cidade e um criminoso morreram.

Em Criciúma (SC), um assalto ao Banco do Brasil com ao menos 30 criminosos, dez automóveis e armamento de calibre exclusivo das Forças Armadas, foi considerado o maior do tipo na história do estado em dezembro de 2020.

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