Descrição de chapéu Eleições 2022

Após cortes no Farmácia Popular, Bolsonaro diz que elevação pode ficar para 2023

A redução do programa acendeu um alerta na equipe de campanha; presidente diz que 'tem dinheiro sobrando para atender tudo isso'

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou que trabalhará para reverter o corte de 50% das verbas da Farmácia Popular que consta na proposta de Orçamento para 2023 enviada pelo governo ao Congresso.

A ideia de reduzir o programa acendeu um alerta na equipe de campanha à reeleição do mandatário, que reagiu e disse que "ninguém será prejudicado" em seu governo.

O presidente Jair Bolsonaro gesticula com as mãos
Jair Bolsonaro diz que corte no programa Farmácia Popular pode ser revisto no ano que vem - Gabriela Biló/Folhapress

"Temos recursos porque não roubamos, tem dinheiro sobrando para atender a tudo isso. E será refeito agora pelo parlamento brasileiro e, se não for possível, nós acertaremos essa questão ano que vem", afirmou em entrevista à CNN divulgada nesta quinta-feira (15).

O chefe do Executivo disse que "ninguém precisa ficar preocupado porque jamais" abandonaria os "mais humildes na busca de um remédio na Farmácia Popular".

Está previsto no orçamento para o próximo ano elaborado pelo Executivo o corte de ao menos 50% no Farmácia Popular e também e no programa Mais Médicos e na saúde indígena.

A medida orçamentária atingirá programas centrais no atendimento à população e deflagrou o temor de repercussão negativa nas urnas. Bolsonaro decidiu acionar os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Paulo Guedes (Economia) para tentar rever o corte no Farmácia Popular.

Diante da repercussão negativa das reduções, Guedes saiu a campo e citou o programa ao sinalizar, nesta quarta-feira (14), uma recomposição dos recursos da Saúde por meio de mensagem modificativa do orçamento.

Apesar do pedido de Bolsonaro e da sinalização de Guedes, ainda não foi enviada qualquer comunicação formal ao Congresso. Técnicos ressaltam que isso só deve ser feito após as eleições.

A redução significativa nos recursos do Mais Médicos —rebatizado pelo atual governo de Médicos pelo Brasil— também já entrou no radar do Ministério da Saúde como um ponto de alerta, embora os dois programas não sejam os únicos atingidos.

Como mostrou a Folha, a verba da Saúde para custeio e investimentos sofreu um corte de 42% na proposta para 2023. Para cumprir o gasto mínimo assegurado pela Constituição, o Executivo vai depender das chamadas emendas de relator, instrumento usado como moeda de troca nas negociações com o Congresso. Procurada, a pasta não se manifestou sobre os cortes.

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