Descrição de chapéu Obituário Fábio Guimarães Lobo (1928 - 2022)

Mortes: Declarou amor à medicina por mais de seis décadas

O oftalmologista Fábio Guimarães Lobo contabilizou quase 70 mil pacientes durante sua carreira

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São Paulo

O oftalmologista Fábio Guimarães Lobo podia passar horas declarando seu amor à medicina. Sempre sorridente, dizia que, além do prazer, ainda ganhava dinheiro com a profissão.

Doutor Fábio, como tinha orgulho de ser chamado, nasceu em São Paulo em 31 de março de 1928. A graduação na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) foi em 1956.

Fez carreira no Hospital das Clínicas, referência na capital paulista, onde atendeu quase 70 mil pacientes, contabilizados por meio de fichas de registro carinhosamente guardadas pelo médico.

Fábio Guimarães Lobo é um homem branco. Ele usa barba.
Fábio Guimarães Lobo (1928-2022) - Arquivo pessoal

Fábio aposentou-se do hospital em 1998, aos 70 anos, mas continuou atendendo em uma clínica particular por mais uma década. Em 2006, recebeu uma homenagem da Prefeitura de São Paulo, com a presença do então prefeito Gilberto Kassab (PSD), pelo tempo dedicado à profissão.

Mesmo afastado do exercício da medicina, nunca recusou a companhia de seu crachá. Além disso, sempre manteve o costume de levar uma caneta no bolso da camisa. Sem a necessidade de receitar prescrições, ela passou a ser usada principalmente para rascunhar poemas em versos alexandrinos –com 12 sílabas métricas–, elaborar listas de convidados para seus aniversários, preparar discursos ou fazer detalhados desenhos de olhos humanos.

Ótimo fotógrafo, Fábio registrou momentos da vida em família na cidade de São Paulo. Sempre esteve por perto de seus seis filhos: Maria Odila, Maria Elisa, Fábio Augusto, Maria Angela, Ricardo Luiz e Carlos Eduardo.

O médico sabia apreciar uma boa caipirinha com muito açúcar, ainda mais quando podia compartilhar. Tanto a bebida quanto sorrisos. As reuniões também eram palco para que ele cantasse a sua música favorita, que virou sua marca, "Se acaso você chegasse", composição do gaúcho Lupicínio Rodrigues que foi eternizada na voz de Elza Soares.

"Fábio foi generoso, sendo tão longevo, pois permitiu que o tempo fosse penteando as palavras e contornando as arestas. O que era difícil se tornou compreensível, e o que era duro, a vida se incumbiu de amaciar", diz Flávia Aidar, nora do médico.

Fábio Guimarães Lobo morreu, de causas naturais, na manhã do último dia 15. Ele estava em sua casa, na capital paulista. O médico deixa mulher, 6 filhos, 16 netos e 14 bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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