Descrição de chapéu trânsito

Panes em semáforos de SP terão de ser zeradas em até 90 dias

Contrato com empresa responsável por iluminação pública passa a vigorar na capital; meta é trocar todos os equipamentos de anel viário em até 3 anos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Os problemas de semáforos apagados ou com panes na cidade de São Paulo deverão estar resolvidos em até 90 dias.

E em três anos, todos os equipamentos instalados no anel viário da capital, ou seja, nas regiões onde funciona o rodízio de veículos, deverão ser trocados por modelos mais inteligentes.

Semáforo quebrado no cruzamento entre a rua Guaianases e avenida Duque de Caxias, no centro de São Paulo; gestão de equipamentos passa para a iniciativa privada - Bruno Santos - 15.ago.22/Folhapress

Os cronogramas fazem parte do programa de modernização e manutenção do parque semafórico do município que, desde esta quinta-feira (1º), passa a ser administrado pela empresa Iluminação Paulistana S/A, responsável pela PPP (Parceria Público-Privada) da iluminação pública.

Feito sem licitação, o aditivo de contrato, que envolve os semáforos, assinado nesta quarta-feira (31) e publicado nesta quinta, valerá pelos próximos 17 anos -no total, a PPP tem duração de 20 anos e está em vigor há três.

A gestão do parque semafórico da cidade foi incluída no contrato da PPP, com o aditivo de R$ 1,8 bilhão, aprovado no último dia 10 de agosto pelo TCM (Tribunal de Contas do Município).

Segundo a SP Regula, agência que trata da concessão da iluminação pública da cidade de São Paulo, o valor máximo da contraprestação mensal estabelecido é de R$ 18,7 milhões.

"O valor total do contrato é a soma de todas as contraprestações, nesses termos, o valor máximo será de R$ 1,75 bilhão para os cerca de 17 anos de contrato", explica.

Até então, a manutenção dos semáforos era feita por três empresas terceirizadas, que estavam com contratos em fase final e não foram renovados, e pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Segundo o plano de trabalho, serão quatro meses de operação assistida, período em que a CET irá compartilhar informações com a concessionária.

Em entrevista na manhã desta quinta-feira à rádio CBN, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que atualmente há, em média, 170 ocorrências por dia de semáforos com pane na cidade de São Paulo, e que esse volume precisará ser zerado em até 90 dias, com diminuição gradual diária das falhas.

Este prazo está sendo chamado de período de ataque e o início dos trabalhos será pela zona de rodízio.

A partir daí, a empresa responsável pela PPP terá entre duas horas e no máximo 12 horas para atender a reclamações e reabilitar panes.

A prefeitura espera que a troca de semáforos por modelos mais inteligentes, que deverão dar maior fluidez ao trânsito, diminua o número de ocorrências. Mas o prefeito admitiu que as panes provocadas por furtos de fios não devem acabar.

"Totalmente imunes os equipamentos não vão estar, mas a dependência dos cabos será menor", afirmou.

Reportagem da Folha mostrou, em maio passado, que 7 em cada 10 semáforos apagados na cidade de São Paulo não funcionavam devido a falhas ou quebras. Os demais deixavam motoristas e pedestres na mão em razão de vandalismo ou furtos de cabos. Os dados foram obtidos por meio de Lei de Acesso à Informação.

Ainda segundo o prefeito, em três anos todos os semáforos da região de rodízio serão trocados por modelos mais inteligentes, capazes de dar mais fluidez ao trânsito. Nunes não deu prazo sobre quando toda a cidade será modernizada.

São Paulo conta atualmente com 6.675 cruzamentos com semáforos e 25 mil aparelhos instalados.

Vaivém

A inclusão dos semáforos na PPP coloca fim a uma novela que se arrasta há cerca de quatro anos.

Em 2018, a administração municipal publicou um chamamento público para receber subsídios preliminares visando estruturação de uma parceria com a iniciativa privada para a modernização da rede. No ano seguinte, publicou um edital para contratação de empresa para a prestação dos serviços, durante cinco anos, com valor estimado na época em cerca de R$ 900 milhões.

Por causa de problemas no edital apontados pelo tribunal de contas, a CET suspendeu a abertura do certame em janeiro de 2020. O processo foi liberado pelo conselheiro Domingos Dissei em fevereiro passado. Mas a prefeitura optou por deixar o edital licitatório de lado e incluir a gestão dos semáforos na PPP da Iluminação Pública.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.