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Aluna da USP mudou senha do email da comissão, diz colega em depoimento

Estudantes alegam que não sabiam de saques solicitados por Alicia Veiga

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São Paulo

A atual presidente da comissão de formatura do curso de medicina da USP (Universidade de São Paulo), Gabriela Cristina Sarti, afirmou que a estudante Alicia Muller Veiga, 25, indiciada por apropriação indébita após desviar quase R$ 1 milhão do fundo da festa de formatura da sua turma, mudou a senha do email da comissão.

Por isso, a comissão não sabia das quantias transferidas para a conta pessoal de Alicia.

Sarti prestou depoimento à Polícia Civil nesta sexta-feira (27).

Aluna de medicina, Alicia Veiga, 25, é acusada de desviar R$ 1 mi da comissão de formatura da USP
Aluna de medicina, Alicia Dudy Muller Veiga, 25, é acusada de desviar R$ 1 mi da comissão de formatura da USP - Reprodução/Lattes

Guilherme Azevedo, delegado-assistente da 16ª DP, onde o caso está sendo investigado, afirma que "ninguém soube das comunicações da empresa uma vez que Alicia alterou a senha do email da comissão". O telefone para recuperação da senha do email tem o final do número de Alicia.

Em depoimento, a atual presidente afirma que, quando os alunos tomaram ciência do desvio de dinheiro, tentaram acessar o email e viram que a senha que tinham era inválida.

Na última semana, Alicia prestou depoimento e confessou ter desviado dinheiro do fundo porque não concordava com as aplicações que eram feitas pela empresa contratada.

Na época, ela era presidente da comissão de formatura e, por contrato, teria o direito de realizar os saques. De acordo com as investigações, ao menos nove transferências foram feitas do fundo da formatura para três contas pessoais de Alicia, a pedido da própria estudante, que era presidente da comissão de formatura.

Alicia disse que aplicou o dinheiro por meio da Nubank e Banco do Brasil, porém, sem conhecimento técnico, logo começou a ter prejuízo. Em meio ao desespero para recuperar o dinheiro, ainda segundo a estudante, passou a realizar dezenas de jogos em lotéricas. Além disso, começou a utilizar parte desse dinheiro para gastos pessoais.

Após a quebra de sigilo bancário, a polícia notou que o padrão de vida de Alicia mudou no ano passado. Em 2021, ela tinha gastos no cartão de crédito em torno de R$ 2.000, que pularam para R$ 7.000.

Após investigação do Procon, a empresa organizadora da festa disse ao órgão que se compromete em absorver o prejuízo de R$ 920 mil dos estudantes de medicina da USP e realizar o evento sem custo extra para os formandos.

Os investigadores estão na reta final do inquérito, que deve ser submetido ao Ministério Público de São Paulo. O documento deve ser concluído até a próxima segunda-feira (30).

Além de apropriação indébita, Alicia também é investigada por suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro pela polícia de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Essa investigação teve início após ela tentar apostar, sem pagar, um total de R$ 891 mil em bilhetes da Lotofácil.

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