Bolsonarista fica gravemente ferido após manifestantes tentarem furar pneu de carreta em SP

Segundo boletim de ocorrência, motorista disse que foi cercado e que houve um estouro quando manifestantes usaram canivete para cortar a borracha

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São Paulo

Um manifestante bolsonarista ficou gravemente ferido na noite deste sábado (7), durante um protesto contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no anel viário do Cebolão, no entroncamento entre as marginais Pinheiros e Tietê, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.

Segundo boletim de ocorrência registrado pela polícia na madrugada deste domingo (8), o motorista de uma carreta bitrem, de 53 anos, afirmou ter visto um grupo contrário aos resultados das eleições presidenciais tentando fechar a avenida Embaixador Macedo Soares, por volta das 22h50.

Bandeira do Brasil em ato antidemocrático na marginal Tietê, na zona este de São Paulo - Rubens Cavallari - 1º.nov.22/Folhapress

Ainda conforme informações do documento policial, em determinado momento, o grupo liberou o trânsito de veículos, mas, quando o motorista passava pelo local, manifestantes cercaram a carreta, cortando mangueiras de rodoar –equipamento que monitora a calibragem dos pneus.

Na sequência, diz o BO, a vítima contou ter ouvido o barulho de uma grande explosão e sentido tremor de dentro da cabine.

Ao descer do veículo, o motorista afirmou ter sido abordado pelos golpistas, que tomaram seu celular e, sob ameaça, obrigaram que apagasse as filmagens que havia feito da manifestação.

O motorista disse à polícia que ouviu relatos de manifestantes dizendo que um deles havia tentado furar o pneu dianteiro esquerdo da primeira carreta, com um canivete, e que isso teria provocado a explosão.

O manifestante de 27 anos, também de acordo com o documento policial, foi levado em estado grave ao Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo).

Questionado sobre o estado de saúde do bolsonarista, o HU não respondeu até a publicação desta reportagem.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que a Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência de trânsito na Vila Leopoldina, e que PMs ouviram a versão do motorista.

O caso foi registrado como dano e explosão e será investigado pelo 91º Distrito Policial (Ceasa).

"A SSP esclarece que o direito à livre manifestação não pode ser utilizado para cometer ações criminosas ou atos de vandalismo. Tais condutas não serão toleradas e os responsáveis punidos com o rigor da lei. As forças de segurança de São Paulo seguirão atuando para garantir as leis e os direitos de todos", diz a pasta da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em São Paulo, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fazem atos golpistas desde o resultado das eleições em frente ao Comando Militar do Sudeste do Exército, na região do Ibirapuera (zona sul de SP).

O acampamento tem sido esvaziado, mas, na tarde deste domingo, bolsonaristas invadiram a avenida 23 de Maio, na zona sul, segundo vídeos publicados por simpatizantes do presidente que fazem parte do acampamento.

A via já tinha sido interditada na noite de sexta-feira (6), próximo ao aeroporto de Congonhas.

Também na sexta, apoiadores de Bolsonaro trocaram provocações na avenida Paulista e tiveram de ser separados pela Polícia Militar que estava no local, segundo o UOL.

Neste sábado, o ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou o uso da Força Nacional até segunda-feira (9) para auxiliar na proteção da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

A decisão ocorreu devido à convocação de manifestações de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro inconformados com o fato de o presidente Lula ter tomado posse como chefe do Executivo.

O acampamento de manifestantes de atos antidemocráticos em Brasília recebeu um novo fluxo de participantes, após esvaziar durante a semana.

Grupos têm organizado a ida de mais ônibus para a frente do Exército, em Brasília. Neste domingo, golpistas radicais invadiram áreas do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.

Nas redes sociais, o ministro afirma que adotou a medida "em face de ameaças veiculadas contra a democracia".

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