Descrição de chapéu ataque à democracia

Manifestantes marcham em SP por punição a ataques golpistas; veja imagens

Ato contra vandalismo de bolsonaristas em Brasília seguiu da avenida Paulista até a praça Roosevelt; um homem foi detido com arma falsa

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São Paulo

Um protesto contra os atos golpistas deste domingo (8), em Brasília, reuniu manifestantes em defesa da democracia na noite desta segunda (9). A marcha, iniciada na avenida Paulista, em frente ao Masp, seguiu pela rua Augusta em direção à praça Roosevelt, na região central de São Paulo.

A Paulista foi bloqueada nos dois sentidos. Polícias militares acompanharam de longe —durante a concentração, os agentes ficaram parados do lado oposto ao Masp, na calçada do parque Trianon.

O ato pedia que não seja dada anistia aos golpistas, que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal). Estimulados pelo discurso antidemocrático do ex-presidente Jair Bolsonaro, os vândalos não aceitam a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumiu no dia 1º de janeiro o seu terceiro mandato na Presidência.

Manifestantes carregam faixa e bandeira do Brasil
Multidão na avenida Paulista em defesa da democracia e pela punição dos golpistas envolvidos na invasão dos Três Poderes - Bruno Santos/Folhapress

Com faixas e cartazes, manifestantes pediam "cadeia para Bolsonaro e seus generais" e "terroristas na cadeia" e cobram punição a quem financia os atos golpistas. As críticas ao ex-presidente também são entoadas em gritos como "Ei, você aí, avisa o Bolsonaro que o sigilo vai cair".

O ato foi convocado por sindicatos e movimentos sociais como Frente Brasil Popular, Povo sem Medo, Coalizão Negra por Direitos e Convergência Negra - Unidade contra o Racismo.

Houve também convocação por parte de torcidas organizadas —a chegada de integrantes da Gaviões da Fiel foi celebrada por parte dos manifestantes. A Mancha Alviverde, do Palmeiras, a Dragões da Real, do São Paulo, e a Torcida Jovem do Santos também participaram do protesto.

Também havia bandeiras de partidos políticos, como PSOL e UP. Mensagens de apoio ao presidente Lula são vistas e ouvidas ao longo da marcha, que também era acompanhada por uma grande faixa estendida por entidades estudantis com os dizeres: "Democracia e paz". Uma bandeira do Brasil também pôde ser vista do alto.

Durante a concentração, ao som de músicas do grupo de rap Racionais MC's e de artistas da MPB, os manifestantes se misturavam na avenida Paulista a ambulantes, que vendiam toalhas, faixas e bandeiras com o rosto de Lula.

Vereador por São Paulo e deputado estadual eleito para a nova legislatura, Antônio Donato (PT) afirmou à reportagem que o ato busca repudiar qualquer tentativa de desestabilizar a democracia. "Não é possível acontecer o que aconteceu e não ter representantes nas ruas", disse.

Quem também participou do protesto foi o recém-empossado ouvidor da Polícia de São Paulo, professor Claudinho Silva. Segundo ele, representantes da ouvidoria estão no local para acompanhar e mediar a relação entre os coordenadores do ato e a Polícia Militar.

A PM não divulgou estimativa de número de participantes. Nas redes sociais, o deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL), que discursou no protesto, falou em mais de 50 mil manifestantes.

Detido

Um homem de 45 anos foi detido pela polícia na rua Augusta com uma arma de brinquedo. Testemunhas contaram à reportagem que ele dizia querer matar quem participava do ato.

"Ele estava em pé com uma sacola em uma das mãos. Ele estava com a arma e mirando em direção das pessoas que passavam. Ele dizia: 'Morram todos vocês'", disse à Folha a tatuadora Lúcia Vitória Achê, 29.

Segundo Lúcia, ele tremia muito. Amigo da tatuadora, o professor Guilherme Estevão dos Santos, 28, contou ter ajudado a impedir que o homem fosse agredido e deixasse o local antes da chegada da PM.

Lúcia, Guilherme e outros três amigos foram ao 4º DP (Consolação) registrar um boletim de ocorrência.

À polícia, o detido declarou que toma remédios controlados.

Ato na USP

Mais cedo, cerca de 800 pessoas se reuniram na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), para também repudiar os ataques golpistas e defender a democracia.

Aplaudido de pé, o reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Junior, declarou: "Não há nem haverá anistia".

"A depredação só serviu para cobrir nossa pátria de vergonha. Não podemos, de forma nenhuma, deixar prevalecer a impunidade", afirmou.

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