Descrição de chapéu Obituário Marta Gonçalez (1963 - 2022)

Mortes: Bancária dedicada, amava a 'Pimentinha' e o Ceará

Marta Gonçalez ensinou a irmã Renata, ainda menina, a gostar de Elis Regina

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São Paulo

Marta Gonçalez foi muito próxima aos avós. Com Regina Vietta, a avó materna, o elo ia além do familiar.

"Ela foi uma das pessoas mais especiais e importantes para a minha irmã. Por causa dela, Marta desenvolveu um olhar especial para os idosos", diz a jornalista Renata Gonçalez, 46.

Marta foi vítima da doença que levou a avó Regina nos anos 1980: câncer de mama. Enfrentou o câncer com garra. Cumpriu o que tinha que ser feito sem abandonar o otimismo. Preservou a capacidade de sorrir. Acreditou na melhora e fez planos. Mas não resistiu. Ela morreu no dia 14 de novembro, aos 59 anos.

Marta Gonçalez (1963-2022)
Marta Gonçalez (1963-2022) - Arquivo pessoal

A segunda mais velha entre quatro irmãs, Marta nasceu no Ipiranga (zona sul de são Paulo), numa família especialista em compartilhar memórias. Viveu também entre São João Clímaco (também na zona sul), São Bernardo e São Caetano (ABC).

A paixão pelo edifício Altino Arantes (ex-Banespa, atual Farol Santander), no centro da capital paulista, era indicativo de que seguiria a mesma carreira do pai, Manoel Ordoñez Gonçalez, hoje com 86 anos.

Ele trabalhou no Banespa e se aposentou bem antes da privatização, ocorrida em novembro de 2000.

Fascinada pelo ambiente bancário, no final dos anos 1980, Marta prestou concurso e ingressou na instituição. Aposentou-se em meados de 2011, já na era Santander.

O trabalho dava orgulho à Marta. "Ela não teve trajetória de liderança, mas foi referência pela atenção que dava ao cliente. Bancária por vocação. Era paciente, meticulosa, metódica e organizada", diz Renata.

De personalidade marcante, Marta era a "sincerona". Jamais omitia o que pensava ou o ranço por alguém. Por outro lado, quando gostava da pessoa, não media esforços para agradar e beneficiar. Enchia os sobrinhos de mimos e cuidados. "Ela os amava. Dava amor além do que uma tia poderia dar. Tudo era para eles."

Marta gostava de viajar. Passeou pelo Brasil e pela América do Sul. Tinha um vínculo inexplicável com o Ceará, principalmente Fortaleza. Esteve incontáveis vezes em terras cearenses. A admiração pelo cantor Fagner fazia parte do pacote de predileções. Marta o considerava um ícone.

A família sempre foi muito musical. Marta adorava Elis Regina e ensinou a irmã a gostar da cantora. "A Elis Regina entrou em minha vida quando eu tinha cerca de seis anos. Além da consanguinidade, temos em comum o gosto musical", conta Renata.

O talento para decoração facilitava para Marta fazer mudanças em casa. "Se achasse que algo estava cansativo, ela mesma fazia textura na parede ou colocava um toque com penduricalhos numa cortina, por exemplo. Adorava um pincel e uma lata de tinta. Era customizadora de mão cheia", relata a irmã.

Solteira, Marta deixou o pai, três irmãs e três sobrinhos. "Realizar sonhos enquanto pudermos encher nossos pulmões de ar e respirar é um presente. Com isso, conseguimos dar a volta ao mundo", finaliza Renata.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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