Descrição de chapéu Folhajus

Ministério Público pedirá correção de falhas no monotrilho e indenização

Promotoria paulista afirma que vai à Justiça contra consórcio se não houver consenso

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São Paulo

O Ministério Público paulista fará uma reunião em abril com o Metrô e o CEML (Consórcio Expresso Monotrilho Leste) para chegar a um acordo sobre a correção falhas estruturais na linha 15-prata do monotrilho. A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social também pedirá ao consórcio uma indenização por danos coletivos e ao patrimônio público pelo que considera uma má execução da obra.

Segundo o promotor Silvio Marques, se não houver consenso, a instituição vai à Justiça com uma ação civil pública contra o CEML, formado pelas empreiteiras Queiroz Galvão e OAS, além da empresa canadense Bombardier. "Temos prejuízo social e dano moral coletivo e ao patrimônio público. Por isso, vamos pedir essa reunião antes para um ajustamento de conduta."

Batilha entre trens paralisa monotrilho em SP
Colisão de trens paralisou monotrilho em São Paulo nesta quarta (8) - Aline Mazzo/Folhapress

A proposta que será feita na reunião faz parte de um inquérito, instaurado em 2020, que apura irregularidades na interrupção da circulação dos trens da linha 15-prata. A suspensão foi causada pelo estouro de um pneu, em fevereiro daquele ano, que deixou a linha paralisada por três meses.

Segundo Marques, esse procedimento está quase concluído, com parecer técnico do CAEx (Centro de Apoio Operacional à Execução), do Ministério Público, que aponta os problemas estruturais.

O promotor diz, ainda, que pedirá informações sobre o acidente da madrugada desta quarta (8), para apurar se houve falha humana na operação, que é responsabilidade do Metrô.

Dois trens bateram sobre a avenida Sapopemba, na zona leste, por volta das 4h30, e paralisaram a operação durante 3h. Não houve feridos.

Às 10h, o monotrilho voltou a operar parcialmente. Os passageiros têm sido atendidos durante o dia por 50 ônibus do sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência).

Procurado, o Metrô disse que acompanhou a fiscalização do Ministério Público e que vai responder aos questionamentos no prazo. O CEML não respondeu até a publicação desta reportagem.

Em resposta a um ofício da Promotoria de 15 de fevereiro deste ano, o consórcio pede o arquivamento da investigação.

No texto, o CEML afirma que há inconsistências técnicas no parecer do CAEx e que não há prova de responsabilidade do consórcio no estouro do pneu em 2020. Diz que a operação e a manutenção das vias e dos trens cabem ao Metrô e que o incidente foi pontual.

Ainda, o consórcio diz que agiu rapidamente após a queda de um bloco de concreto em setembro de 2022 e afirma que foi uma questão pontual.

Também solicita, no documento, que o deslocamento de concreto em janeiro deste ano, detectado após uma inspeção rotineira do Metrô, seja excluído do procedimento. A justificativa é que a área não foi executada pelo consórcio e não é abrangida pelo contrato.

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