Descrição de chapéu forças armadas

Ministros de Lula cobram solução do assassinato de Marielle na Câmara

Anielle Franco, irmã da vereadora, Silvio Almeida e Sônia Guajajara participaram de sessão nesta quarta (15)

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Brasília

Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobraram a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e afirmaram que ficar sem respostas sobre o caso fragiliza a democracia brasileira.

Os ministros Anielle Franco (Igualdade Racial), irmã de Marielle, Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Sônia Guajajara (Povos Originários) participaram de sessão solene na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (15) em homenagem à vereadora, assassinada há cinco anos.

Na noite de 14 de março de 2018, Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros no centro do Rio de Janeiro. As investigações seguem, até agora, sem conclusão.

Marielle Franco fala em sessão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 2018
Marielle Franco fala em sessão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 2018 - Renan Olaz - 21.fev.18/Câmara Municipal do Rio de Janeiro/AFP

Os ex-policiais militares Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos, e Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime, foram presos em março de 2019 e se tornaram réus pelos homicídios. Desde então, as autoridades tentam identificar possíveis mandantes do crime.

Anielle afirmou nesta quarta que a Câmara já foi palco para fake news e ódio contra sua irmã e que é preciso ter força para "seguir combatendo a violência política e tudo o que assola a democracia".

"Enquanto a gente não responder quem mandou matou a Mari a gente segue com essa democracia fragilizada. E eu realmente espero que a gente não tenha que ficar mais cinco anos para esperar alguma resposta dos mandantes", disse.

Sônia Guajajara também cobrou a solução do caso e disse que o governo Lula e seus ministros estão empenhados nisso. "Cobrando e lembrando, que é o que a gente pode fazer. Colocar sempre [esse assunto] na pauta", disse.

"Lutar por Marielle é lutar pelo fortalecimento da nossa democracia, é lutar por igualdade de participação de nossos corpos, é lutar por essa ocupação também nos lugares de tomada de decisão", seguiu.

Silvio Almeida, por sua vez, afirmou que o assassinato de Marielle revelou que o Brasil é um país autoritário, desigual e atravessado pelo racismo e que ele não irá "superar seus dramas históricos e tragédias" sem que o crime seja desvendado.

Ele voltou a reforçar o compromisso do governo com o caso, afirmando que "há disposição" para isso, e disse que a solução dele seria um "recado muito claro para quem ameaça defensores dos direitos humanos, ambientalistas, comunidades indígenas, quilombolas e parlamentares".

Em fevereiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou a instauração de um inquérito da Polícia Federal para ampliar a colaboração federal nas investigações.

A iniciativa em homenagem à vereadora nesta quarta-feira partiu da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que preside a sessão.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a vereadora Monica Benicio (PSOL-RJ), viúva de Marielle, e o secretário de Acesso à Justiça, Marivaldo Pereira, também compareceram. A viúva de Anderson Gomes, Agatha Arnaus Reis, discursou virtualmente.

"Nós vencemos o fascismo na última eleição. E agora precisamos vencer a impunidade. Esse crime não pode ser esquecido. Nós temos o compromisso, delegado pelo presidente Lula ao ministro da Justiça, e nós vamos esclarecer. Esse país tem o direito de saber quem matou Marielle", disse José Guimarães.

Flores amarelas e placas da rua Marielle Franco, além de cartazes, foram distribuídas aos presentes. Em diversos momentos, foram ditas palavras de ordem como "Marielle, presente" e "Anderson, presente".

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