Descrição de chapéu Obituário Ubirajara Baptista Ferreira (1931 - 2023)

Mortes: Advogado e jornalista, fez de Sorocaba (SP) sua causa

Conhecido pela irreverência, Ubirajara Baptista Ferreira deixou a própria lápide pronta

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São Paulo e Sorocaba (SP)

"Tive consciência que não fui brilhante, mas não fui opaco, pois tive lustros adequados", é assim que Ubirajara Baptista Ferreira quis ser descrito em sua lápide, que ele mesmo mandou confeccionar anos atrás. Pudera, autor de tantos feitos, o advogado e jornalista sorocabano foi dono de uma vida ativa.

Ele fundou a Guarda Mirim da cidade —hoje Casa do Aprendiz— em 1961, e foi o responsável por levar o Panathlon Club International para a região em 1974. De clubes, Ubirajara entendia. Foi presidente, sócio ou conselheiro de alguns dos principais de Sorocaba (103 km de SP) como o Ipanema Club, Sorocaba Club, Clube União Recreativo, Clube de Campo de Sorocaba e Automóvel Clube de Sorocaba.

No entanto, era um pai ausente devido às várias funções que desempenhava no dia a dia, lembra Vera Cecília Graziosi Ferreira, 61, a mais velha de suas três filhas. "Enquanto éramos pequenas, quando acordávamos ele já tinha saído e quando ele chegava já estávamos dormindo", conta. "Porém, aos domingos, fazíamos piqueniques, nos levava ao clube de campo e nos levava à banca de jornais da praça Central de Sorocaba onde cada uma tinha direito a um gibi."

Ubirajara Baptista Ferreira (1931 - 2023)
Ubirajara Baptista Ferreira (1931 - 2023) - Arquivo pessoal

Ubirajara sentia muito orgulho de sua origem humilde e de ter participado de tantas atividades, com seu próprio esforço, ao longo da vida. Tanto que trabalhou até os 80 anos em seu próprio escritório de advocacia e, depois da aposentadoria, ainda se dedicou a outras atividades.

"Ele jamais parou. Continuou à frente do tribunal de pequenas causas, da Guarda Mirim, encontros semanais na Biblioteca Municipal e outras coisas que continuavam mantendo-o fora de casa", explica Vera.

Nos últimos anos, Ubirajara gostava de passar o tempo na chácara, onde mantinha contato com a natureza. Apesar de ter sofrido quedas que o deixaram com dificuldade para se locomover, conversava com as pessoas ligadas a suas iniciativas por telefone. Também lia, compartilhava textos com suas filhas e netos, e contava suas histórias para quem quisesse ouvir.

Polêmico e conhecido por frases como "eu sou chato e gosto de ser assim" e "não tenho amigos, apenas colegas ou conhecidos", Ubirajara já havia deixado pronta sua lápide, com a frase escolhida. Ele gostava de escrever e deixou dois modelos prontos, um de mármore e outro de metal, para garantir que sua vontade fosse cumprida.

Ubirajara morreu no último dia 5 de abril em decorrência de uma pneumonia, aos 92 anos, em Sorocaba, deixando a mulher, Maria Cecília Graziosi Ferreira, suas três filhas —Vera, Ieda e Maria Lígia— e três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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Erramos: o texto foi alterado

Ubirajara Baptista Ferreira foi um pai ausente, não presente, como publicado em versão anterior deste texto. 

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