Descrição de chapéu Obituário Roberto Nicolau Jeha (1938 - 2023)

Mortes: Almejou desenvolvimento econômico e justiça social para o Brasil

Forte atuante no setor industrial, Roberto Nicolau Jeha dizia que o casamento foi a melhor coisa que fez na vida

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O industrial Roberto Nicolau Jeha foi uma importante voz na defesa da indústria brasileira. Desde jovem, ele estava envolvido no ramo: o pai dele, Nicolau Calil Jeha, nasceu no Líbano, mas migrou para o Brasil e, depois de uma atuação como comerciante, iniciou a carreira industrial.

Formado em administração pela FGV (Fundação Getulio Vargas), Roberto seguiu os passos profissionais do pai. "Desde sempre, ele trabalhou nos negócios do meu avô", conta a filha Sandra Cassab Jeha.

Roberto Nicolau Jeha (1938-2023)
Roberto Nicolau Jeha (1938-2023) - Paulo Bueno/Arquivo pessoal

Um dos feitos de Roberto Jeha foi estruturar um negócio de papel e papelão ondulado, a indústria São Roberto, localizada na Vila Maria, zona norte da capital paulista. Quando foi comprada, a empresa não era próspera. Pelas mãos de Roberto, cresceu e se tornou uma das mais importantes no ramo.

O interesse que ele tinha pela indústria também foi sentido em outras contribuições que fez ao setor. Ele chegou a ser vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e também foi diretor de política industrial da federação.

A confiança na indústria era por acreditar que ela seria um motor essencial para o desenvolvimento econômico do Brasil. Mas não era só isso: também desejava que o crescimento resultasse em um progresso na justiça social do país.

"Ele tinha essa força de ser um industrial, mas, ao mesmo tempo, ele queria ver para o país um desenvolvimento econômico acompanhado de uma maior justiça social", afirma Sandra.

Jazz era uma paixão do administrador, memória que Sandra guarda dos dias em que o pai colocava para tocar discos de grandes nomes do gênero musical.

História mundial e geopolítica também entram no rol de interesses de Roberto Jeha. Sandra conta que a inteligência do pai era tão grande que ele poderia entrar em qualquer quiz sobre a Primeira ou a Segunda Guerra Mundial. "Ele conhecia todos os detalhes."

E toda a família também foi uma paixão para o industrial. Embora fosse filho único, teve uma rede extensa de familiares, como primos e primas. A família que ele próprio constituiu também foi essencial na sua trajetória. Casou-se com Sonia Cassab Jeha em 1965. Com ela, teve seis filhos: um homem e cinco mulheres. Sandra foi a segunda a nascer.

A união foi de tamanha importância que faz Sandra se lembrar de um detalhe em específico. "Segundo ele, [o casamento] foi a melhor coisa que ele fez na vida. No aniversário de 55 anos de casamento, ele me deu esse depoimento."

Roberto Nicolau Jeha, quando atuava na Fiesp, durante entrevista
Roberto Nicolau Jeha, quando atuava na Fiesp, durante entrevista - Evelson de Freitas/Folhapress

Roberto Jeha passou a enfrentar dificuldades de locomoção e, há cerca de um mês, sofreu uma queda. Com um traumatismo craniano, precisou ser internado e outras complicações de saúde apareceram. Foi em razão desse quadro que morreu na madrugada deste sábado (27), aos 84 anos.

Ele deixa os seis filhos, a esposa, oito netos, primos, amigos e colaboradores de trabalho. O velório será realizado neste domingo (28), às 14h30, no Cemitério do Morumbi, em São Paulo.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.