Descrição de chapéu Obituário Jürgen Düssel (1941 - 2023)

Mortes: Engenheiro era apaixonado pelos seus cães, por Ilhabela e pelo São Paulo

Jürgen Düssel, que teve sólida carreira como executivo, era o carismático Alemão do Chow Chow na ilha do litoral norte paulista

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Era hábito, todo fim da manhã, escolher duas cadeiras na mesma doceria na entrada da Vila, o centro histórico de Ilhabela, onde costumava tomar um café. Uma era para ele. A outra, para Moritz, seu elegante chow chow.

Os cães da raça de língua azul foram a grande paixão do engenheiro Jürgen Düssel, que, antes de se mudar para a ilha do litoral norte paulista, teve uma sólida carreira de executivo.

Filho de pais alemães e nascido no Jardim América, bairro nobre da zona oeste paulistana, partiu para Munique (Alemanha) logo após se formar pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). Voltou ao Brasil dois anos depois e foi diretor da Camargo Corrêa e do Banco Geral do Comércio até investir no próprio negócio, uma empresa de informática.

O engenheiro Jürgen Düssel, que morreu no último dia 24, em Ilhabela (SP), ao lado do cão Moritz
Jürgen Düssel (1941 - 2023) - @patacamposmello no Instagram

Desde menino, dedicou-se a torcer pelo São Paulo apaixonadamente, a ponto de ter uma cadeira cativa no estádio do Morumbi —hoje herdada pelo sobrinho Christian.

Os jogos de tênis com os amigos eram obrigatórios nas noites de segunda-feira. "Acho que jogamos em quase todas as quadras da zona sul da cidade", diz o irmão Horst Düssel, 77.

Foi no clube Pinheiros, em 1977, que conheceu a especialista em moda Regina Murça. Da conversa à beira da piscina nasceu a cumplicidade.

Nas suas diferenças, o engenheiro e a corintiana que não falava alemão se completaram durante quase meio século. "Ele gostava de Frank Sinatra e eu do Black Sabbath", brinca Regina, 81. "Um equilibrava o outro."

Juntos, construíram uma casa em Ilhabela e fizeram viagens inesquecíveis para Paris, Veneza e tantos outros lugares da Europa. "Com seus olhos azuis, era uma pessoa fina e calma", descreve a companheira.

A tranquilidade ajudou na formação da filha de Regina, a jornalista Patrícia Campos Mello, repórter especial da Folha. "Sempre paciente, era ele que me buscava nas festas, me levava para viajar, apartava as discussões", escreveu a enteada no Instagram, junto a uma foto do padrasto com o cão Moritz, o primeiro dos três da raça chow chow criados pela família.

As vira-latas Michelle e Minnie eram as companheiras atuais e a "desculpa" para dizer que não poderia deixar a ilha, quando questionado pelo irmão sobre quando iria para São Paulo.

As cachorras estavam com ele nos últimos tempos de saúde fragilizada, que o levou a ser internado em meados de abril.

No hospital, entre seus pertences, a família encontrou dentro de uma carteira uma velha foto dele de criança com a camisa do São Paulo.

Jürgen Düssel morreu no último dia 24 de abril. Deixou a mulher, Regina, a enteada, Patrícia, o irmão, Horst, cinco sobrinhos e a imagem dos passeios com seus cachorros pela orla de Ilhabela, onde ficou conhecido como o Alemão do Chow Chow.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.