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Cinco dos seis municípios com maior densidade populacional no Brasil estão na Grande SP

Dados do Censo 2022 do IBGE mostram que há apenas seis cidades no país com mais de dez mil habitantes por quilômetro quadrado

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São Paulo

Entre os seis municípios com as maiores densidades populacionais do Brasil, cinco estão localizados na Grande São Paulo. São eles: Taboão da Serra, Diadema, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul, todos na região metropolitana da capital, como mostram os primeiros resultados do Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Junto com São João do Meriti, na região metropolitana do Rio de Janeiro, essas cidades são as únicas com mais de dez mil habitantes por quilômetro quadrado. Essa densidade é centenas de vezes maior do que a média brasileira, que considera os grandes vazios populacionais.

Em todo o país, são menos de 24 habitantes para cada quilômetro quadrado. Essa concentração de pessoas, porém, é altamente desigual.

O Jardim Freitas Júnior, em Taboão da Serra; município está entre os mais adensados do Brasil - Bruno Santos -28.out.2020/Folhapress

Na região Norte, que corresponde a 45,2% do território brasileiro, a densidade é de 4,5 habitantes por quilômetro quadrado —a menor no país. A região mais populosa é o Sudeste, que tem menos de 11% do território, com uma média de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado.

O cálculo da densidade populacional é feito com base na distribuição dos habitantes, e não apenas da sua quantidade. Enquanto as cidades com maior número de habitantes são as mais populosas, aquelas com a maior concentração de pessoas por área são as mais povoadas.

São Paulo é a cidade mais populosa do país, e é mais povoada do que outras capitais brasileiras. São 2.800 habitantes por quilômetro quadrado.

O professor Valter Caldana, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, explica que há três fatores principais que explicam a densidade populacional no Brasil: custo da terra, infraestrutura de transporte mínima e oferta de emprego e renda.

O preço dos terrenos, diz ele, é o fator mais importante —o que ajuda a explicar a maior concentração de habitantes nas bordas da região metropolitana, não no centro de São Paulo.

"Todos os problemas urbanos nas nossas cidades, nas cidades de matriz capitalista, estão ligados à ocupação do solo", diz Caldana. "A oferta de emprego e renda às vezes está alguns quilômetros de distância [dos bairros mais adensados], mas há um sistema de transporte mínimo que possibilita o deslocamento até onde tem terra barata. E você tem a densidade lá."

No Brasil, a média de moradores por domicílio está caindo. Em 2010, eram 3,31 pessoas por lar. Agora, a média é de 2,79 habitantes por domicílio.

"Não há relação direta entre verticalização e densidade. Isso é um erro conceitual que às vezes ocorre por desconhecimento, e às vezes é um erro induzido", diz Caldana. "Favelas, por exemplo, tem densidade altíssima. Bairros onde há parcelamento do solo muito intenso têm densidade alta."

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