Descrição de chapéu Obituário Nelson Delfino d'Ávila Mascarenhas (1944 - 2023)

Mortes: Cientista sensível, fotografou Elis e Tom para disco

Nelson Mascarenhas gostava de arte e trabalhou com processamento de imagens no Inpe

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São Paulo

O paulistano Nelson Delfino d'Ávila Mascarenhas foi um homem de exatas, pesquisador e cientista, com uma carreira bem-sucedida nessa área. Porém, era também um homem apaixonado por arte e fotografia.

Engenheiro e mestre em engenharia eletrônica pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e doutor em engenharia elétrica pela Universidade da Califórnia (EUA), foi professor adjunto do ITA e pesquisador titular do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), onde coordenou o curso de pós-graduação em computação aplicada e foi o primeiro chefe de divisão de processamento de imagens.

Nelson Delfino d'Ávila Mascarenhas (1944 - 2023)
Nelson Delfino d'Ávila Mascarenhas (1944 - 2023) - Arquivo Pessoal

Depois de aposentado, Mascarenhas seguiu na carreira acadêmica como professor da Universidade Federal de São Carlos e da Faculdade Campo Limpo Paulista.

O professor dedicou a vida à formação de pessoas. Ao longo de sua atuação da divisão de processamento de imagens do Inpe, ajudou a desenvolver uma geração de pesquisadores e engenheiros que são responsáveis pela condução de grandes projetos nas áreas de geotecnologia e aplicações usando dados geoespaciais e de observação da Terra por satélites.

"Ele era um cientista, fazia a programação dos satélites do Inpe, era um gênio, um intelectual e um homem muito sensível, apaixonado por arte e amava fotografia", conta a jornalista Dina Amendola, ex-esposa de Mascarenhas.

"Ele era uma pessoa maravilhosa, parecia um anjo. Nos conhecemos na década de 1970 e tivemos uma filha, a Luisa. Depois nos separamos, mas continuamos muito amigos. Ele se casou com a Nayá e teve a Laura. Viramos uma família grande e convivíamos muito bem todo mundo", afirma.

Mascarenhas participou de exposições fotográficas, inclusive em bienais. Em uma dessas incursões pela fotografia, foi o autor da capa do disco "Elis & Tom", álbum de Tom Jobim e Elis Regina, gravado em 1974 em Los Angeles, nos Estados Unidos.

"Ele estava em Los Angeles e namorava uma artista, ele frequentava, era amigo, convivia com todos eles lá. Como era um fotógrafo muito bom, foi escolhido para fazer a foto que ganhou até prêmio", relembra.

Capa do disco "Elis & Tom", de 1974 - Reprodução

A viúva, a professora aposentada Nayá Ribeiro, reforça o quanto Mascarenhas era querido.

"Só tenho que agradecer a Deus ter tido a chance de conviver com ele. Ele vai ser lembrado como a pessoa que introduziu no Brasil esse trabalho de processamento de imagens e pela dedicação ao trabalho. Nunca parou de trabalhar e de se atualizar. Até o final estava orientando alunos de mestrado e doutorado", diz Nayá.

Nelson Mascarenhas morreu em São Paulo, em 13 de junho, aos 79 anos. Deixou a esposa, as filhas Luisa e Laura Mascarenhas, e os irmãos Pedro Henrique e Elza Helena.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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