Descrição de chapéu Obituário José Fiel (1948 - 2023)

Mortes: Fã de Opala, deixou o Nordeste para formar família em SP

Sergipano José Fiel teve vários empregos e se orgulhava de ter ajudado a erguer uma obra em homenagem a Ayrton Senna

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São Paulo

José Fiel nunca foi corintiano, como muita gente sempre referenciou erroneamente por causa de seu sobrenome. Ele gostava mesmo era de ver os gols do Santos na televisão, entre tantos de seus outros passatempos.

Fiel talvez seja a tradução em certidão de nascimento à crença de que tudo dará certo para quem se arriscar a deixar a dificuldade para trás.

Maria Neres faz carinho com a mão no rosto de José Fiel
José Fiel (1948-2023) e a esposa Maria Neres - Arquivo pessoal

Nascido em Aracaju (SE) e o segundo mais velho de sete irmãos, perdeu a mãe ainda adolescente e teve de se mudar, sozinho, para Mato Grosso do Sul, onde foi criado por outra família.

Já adulto, retornou para a capital sergipana e lá conheceu Maria Neres, com quem ficaria casado por 53 anos.

Na volta às origens, José trabalhou como engraxate, cortou cana e foi funcionário de uma empresa de ônibus.

Beu para os parentes e Zé Fiel para os amigos, arrumou as malas e se mudou com a mulher para o interior paulista e depois para região metropolitana de São Paulo, onde criou os cinco filhos. A família morou em Cosmopolis, Jacareí, Rio Grande da Serra, Alumínio e por último, fincou raízes em Santo André.

"Ele se orgulhava de ter ajudado a instalar um carro de bronze no complexo viário Ayrton Senna [em homenagem ao tricampeão de Fórmula 1]", diz o músico Júlio Nascimento Fiel, 38, filho mais novo de José, sobre um dos trabalhos do pai, como operador de guindaste de uma empreiteira. Mas também teve outros empregos.

José gostava de Opala. Segundo o filho, teve três veículos desse modelo, fabricado pela Chevrolet até 1992, e ostentava o desejo de ter outro.

Virava o rosto para batata durante as refeições, mas não dispensava um churrasco de costela e fazia café com açúcar.

Supersticioso, se cismasse com uma placa de carro, apostava os números dela na Mega-Sena. Não ficou rico com a loteria, mas alcançou vida estável e comprou uma casa confortável quando se aposentou.

"Meu pai não teve acesso à cultura por causa do trabalho, mas não desgrudou da minha mãe, que nunca precisou trabalhar, e sempre cuidou dos filhos", afirma Júlio.

Nos últimos anos, José começou a ter princípios de derrame até sofrer dois AVCs (acidentes vasculares cerebrais) e precisou ser internado. Ficou no hospital durante seis dias e morreu no último dia 25 de junho, aos 75 anos. Deixou a mulher Maria Neres, 70, os filhos Jonas, Joadias, Josiel, Josian e Júlio, além de nove netos e quatro bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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