Descrição de chapéu violência

Homem morre durante ação da PM em Santos, e total na Operação Escudo chega a 19

Moradores do morro Santa Maria protestaram contra a ação e afirmam que houve demora em socorro; secretaria diz que suspeito de 19 anos atirou em policiais

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São Paulo

Um homem foi morto a tiros durante uma ação da Polícia Militar na manhã desta segunda-feira (21) em Santos, no litoral paulista. Com isso, já são 19 pessoas mortas por policiais na Baixada Santista desde o início da Operação Escudo, que teve início no fim de julho como resposta à morte de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).

Segundo informações da SSP (Secretaria da Segurança Pública) repassadas à reportagem no início da noite, um suspeito de 19 anos morreu após atirar em policiais militares que faziam diligências no morro Santa Maria. Com ele, segundo a pasta, foram apreendidas uma pistola e porções de cocaína e maconha. O caso foi registrado pelo 5º DP de Santos.

Mais cedo, a morte havia sido confirmada pela PM e pela Santa Casa de Misericórdia de Santos. Segundo o Centro de Operações da PM, policiais pediram reforço durante uma troca de tiros por volta das 11h54 na rua Sete. Um homem ficou ferido e, segundo a PM, foi levado ao hospital para receber atendimento.

Cápsula de munição em uma rua de Santos, no litoral paulista; mortos na Operação Escudo chegam a 19 - Danilo Verpa - 1.ago.2023/Folhapress

A Santa Casa informou que o corpo de um homem ferido com arma de fogo chegou sem vida ao hospital, e foi encaminhado ao IML (Instituto Médico-Legal).

Houve protesto contra a ação policial, alegando que houve atraso no acionamento do serviço de atendimento médico. Por volta das 14h, moradores do Santa Maria enviaram à reportagem uma transmissão de vídeo nas redes sociais que mostrava pessoas na rua gritando palavras de ordem contra policiais militares, que estavam a cerca de um quarteirão de distância dos manifestantes.

As imagens mostram uma pequena barricada feita com pedaços de madeira, papelão e dois cones de plástico, na qual os moradores colocaram fogo. Dezenas de pessoas acompanharam o protesto, diante de uma equipe de ao menos cinco PMs.

A SSP afirma que as armas dos policiais também foram apreendidas e que todas as mortes da Operação Escudos são investigados pela Polícia Civil de Santos e pela Polícia Militar e acompanhados pelo Ministério Público e Poder Judiciário.

Ação já é a mais letal da PM desde o Carandiru

A Escudo é a operação da Polícia Militar paulista mais letal desde o massacre do Carandiru. Ela foi deflagrada no fim de julho, após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota. Moradores denunciaram o assassinato de pessoas que estariam desarmadas, invasões de casas por policiais mascarados, ameaças a moradores e ao menos um caso de tortura. O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) nega e afirma que não há evidências.

Imagens de câmeras corporais de policiais militares enviadas ao Ministério Público de São Paulo mostram registros de confrontos com criminosos em apenas 3 dos 16 casos iniciais em que houve mortes, que ocorreram entre os dias 28 de julho e 2 de agosto.

Outras duas pessoas foram mortas pela PM em Guarujá na última terça-feira (15).

Na última sexta-feira (18), a SSP informou que PMs que faziam patrulhamento pela Operação Escudo prenderam um homem procurado pela Justiça com diversas passagens criminais em Guarujá. O criminoso, segundo a pasta, é conhecido como "Jeffinho" e foi preso na Vila Baiana, uma favela próximo à praia da Enseada. Foram apreendidas duas pistolas, dez aparelhos de telefone celular e porções de drogas na ação, segundo a secretaria.

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