Descrição de chapéu Interior de São Paulo

CFM quer grupo de trabalho com o MEC para qualificar cursos de medicina

Entidade associa episódio com alunos da Unisa à fragilidade do ensino e à 'abertura indiscriminada de escolas médicas' no país

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São Paulo

O CFM (Conselho Federal de Medicina) quer criar um grupo de trabalho com o MEC (Ministério da Educação) e universidades do país para definir ações que fortaleçam o ensino no país.

A entidade associou os atos obscenos praticados por estudantes de medicina da Unisa (Universidade Santo Amaro) em evento esportivo em abril —que viralizaram nesta semana— à fragilidade do ensino e à "abertura indiscriminada de escolas médicas" no Brasil.

"O CFM já se coloca à disposição para definir, em conjunto com o Ministério da Educação e as universidades, ações que fortaleçam o ensino médico. Assim, o país contará com profissionais preparados, com conhecimento clínico e técnico, além de conscientes de suas responsabilidades, deveres e limites junto à sociedade", disse o CFM, em nota.

Acadêmicos do curso de medicina da Unisa, em São Paulo, causaram revolta nas redes sociais ao serem flagrados nus durante competição esportiva
Acadêmicos do curso de medicina da Unisa, em São Paulo, causaram revolta nas redes sociais ao serem flagrados nus durante competição esportiva - @ale_campelo no X

"Infelizmente, a abertura indiscriminada de escolas médicas fragilizou o processo de ensino médico, expondo os estudantes à falta de infraestrutura em campos de estágio e a limitações de acesso a conteúdos fundamentais, como a necessidade de respeito aos seres humanos em qualquer circunstância", acrescentou.

O CFM repudiou a conduta dos estudantes envolvidos no episódio e alertou que situações semelhantes podem ser evitadas com a qualificação do ensino, com o aprofundamento de conteúdos sobre ética, por exemplo.

Para o conselho, é inadmissível que os futuros profissionais da saúde e da vida estejam envolvidos em atos "grotescos" de violência e assédio.

"As cenas divulgadas pelas redes sociais e imprensa causam repulsa e indignação e demonstram a necessidade de as escolas médicas qualificarem seu ensino para que, desde o início de sua formação, futuros médicos saibam como agir de forma ética, responsável e com bom senso em todas as situações", afirma a nota.

O CFM disse concordar com a decisão da Unisa de expulsar os alunos identificados nas imagens e cobrou das autoridades a apuração dos fatos e punição dos envolvidos.

A Unisa afirma que expulsou mais de seis alunos identificados nas imagens —o total de estudantes desligados não foi divulgado pela universidade.

ENTENDA O CASO

Alunos de medicina da Unisa ficaram nus e correram com a mão no pênis após um jogo no evento esportivo conhecido como Calomed, em São Carlos, no interior de São Paulo. O caso ocorreu em abril, mas os vídeos circularam somente no último fim de ano.

Os alunos estariam assistindo a um jogo de uma equipe feminina da universidade contra o Centro Universitário São Camilo quando tiraram a roupa e corrido pela quadra. Nas redes sociais há comentários de que os estudantes estariam simulando uma "masturbação coletiva".

Alunos e alunas do curso de medicina do Centro Universitário São Camilo também teriam mostrado as nádegas para o público na ocasião, segundo vídeos que circularam nas redes sociais e relatos de estudantes da instituição.

O São Camilo afirmou que teve conhecimento dos vídeos na segunda (18) e está avaliando as imagens para decidir se cabe a aplicação de medida disciplinar, baseada no seu regimento interno.

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