Descrição de chapéu Obituário Renata Eugenia Rodrigues (1936 - 2023)

Mortes: Viveu pela educação e pela ação social

Renata Rodrigues fundou universidade e criou creches para mais de 2.000 crianças

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Curitiba

A educação uniu a família Rodrigues com a fundação da Universidade Anhembi Morumbi, em 1970.

Contabilista, Renata Eugênia Rodrigues foi uma das fundadoras e assumiu a tesouraria da instituição, onde atuou por 30 anos. Ao mesmo tempo, ela encontrava formas de colaborar com a Igreja Anglicana, com a qual desenvolveu vários projetos. O maior deles resultou na criação de 15 creches, que hoje atendem 2.400 crianças em São Paulo.

O início do trabalho com a educação infantil foi em 1970, quando a igreja recebia muitos pedidos de ajuda de mulheres de Paraisópolis, na capital paulista, que não tinham com quem deixar seus filhos.

"Com a ajuda dela, com o investimento pessoal dela, compramos uma pequena casa, bem no meio da comunidade, e contratamos duas mulheres para cuidar das sete crianças", conta Aldo Quintão, reverendo da Catedral Anglicana. "Logo, outras mães vieram pedir para deixar seus filhos também. E assim fomos crescendo."

Renata Eugenia Rodrigues (1936 - 2023)
Renata Eugenia Rodrigues (1936 - 2023) - Arquivo Pessoal

O amigo destaca o talento de Renata para as finanças, sempre muito organizada, honesta e envolvida em todos os eventos para arrecadar fundos. O nome dela foi dado a uma das creches, mas "ela não pediu, não concordou, não queria", diz o reverendo.

"Fez tudo em silêncio, sem aparecer, sem contar para ninguém, sem propaganda. Como cristã, viveu aquilo que Jesus falou", observa ele.

As creches estão espalhadas por vários municípios, incluindo o interior do estado. A maior delas está em Paraisópolis: tem 8.000 metros de área construída e atende mil crianças. Elas ficam no local o dia todo, recebem cinco refeições e aula de inglês gratuita pela Cultura Inglesa.

"Encarou o trabalho na universidade como missão cumprida. E o trabalho com as creches preencheu esse vazio [da aposentadoria]. Ela ajudava muito, tanto presencialmente quanto financeiramente", lembra a sobrinha Angela Freitas. "Nos Natais, fazia roupinhas novas para a apresentação das crianças."

Renata nunca se casou, "sempre quis ser independente", conta Angela. "Morava sozinha, era corajosa, lúcida, otimista, com muita fé e força para lutar."

Gostava de sorvete e adorava cozinhar. "Antepasto de berinjela era o favorito dela. Também fazia um curso de ábaco para estimular o raciocínio."

A sobrinha Glaucia Rodrigues ressalta quanto a tia amava viver. "Tia Renata era uma festa. Sempre alto-astral, puxando a energia para cima. Adorava trabalhar e sempre me aconselhou a trabalhar com pessoas com as quais podemos aprender alguma coisa."

Renata morreu no dia 7 de setembro, de miocardiopatia, às vésperas de completar 87 anos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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