Descrição de chapéu violência

Gestão Tarcísio abre mão de verba federal para policiais e bombeiros

Estado de SP foi o único que não aderiu a programa do governo Lula que dá bolsa de estudos para agentes

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São Paulo

A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu deixar o estado de São Paulo de fora de um programa do governo Lula (PT) que destinará bolsas de estudo no valor de R$ 900 para capacitação de guardas municipais, bombeiros e policiais militares, civis e penais.

Todos os estados e o Distrito Federal, além de 249 cidades aderiram ao projeto e serão contemplados com a verba. Ao todo, 48 municípios paulistas se inscreveram —entre eles, a capital, Araraquara, Diadema e Mauá.

A informação foi publicada nesta quinta-feira (26) pelo colunista Lauro Jardim e confirmada pela Folha.

O prazo para aderir ao Bolsa Formação terminou na quarta (25), e a gestão Tarcísio não se inscreveu.

Procurada, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) paulista afirmou que decidiu não aderir ao programa porque "os temas propostos [pelo programa] já estão contemplados em cursos de formação e reciclagem das polícias de São Paulo".

Policiais fazem patrulhamento na Baixada Santista - Danilo Verpa - 31.jul.2023/Folhapress

No caso dos municípios, a verba será destinada para capacitação de guardas. A expectativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública é que a bolsa contemple sobretudo os servidores no início da carreira.

O dinheiro pode ser utilizado em cursos de tecnologias nas áreas de segurança pública, atendimento às crianças, adolescentes e mulheres em situações de violência, combate à desigualdade racial e investigação de homicídios.

O Bolsa Formação, instituído por um decreto de Lula em março deste ano, prevê o oferecimento de 100 mil bolsas, de R$ 900 cada, totalizando um investimento anual de R$ 900 milhões.

Questionado pela Folha se a decisão de não aderir ao programa teve motivação política, o governo paulista negou —tanto Tarcísio quanto o secretário estadual de Segurança Pública, o deputado federal licenciado Guilherme Derrite (PL), são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"A pasta mantém uma relação profissional e profícua com o órgão federal, inclusive com parcerias para o combate ao crime, à intolerância e aos diversos tipos de desigualdade", disse a SSP. "Entre as iniciativas conjuntas entre Estado e União, está o convênio firmado para uso da base de dados nacional Córtex, já no primeiro trimestre da atual gestão paulista", afirmou a nota da pasta.

O Córtex é um programa federal que interliga câmeras de seguranças em vias públicas e faz a leitura automática de placas, o que facilita a localização de veículos roubados e de criminosos em fuga.

"A iniciativa do secretário Guilherme Derrite retirou o estado de São Paulo de um isolamento de dados criminais de anos, pois agora é possível consultar, em todo o território paulista, as informações criminais de suspeitos por delitos registrados nas demais unidades da Federação", disse a SSP.

Derrite esteve ao lado de Bolsonaro no último dia 16, durante evento de aniversário da Rota (a tropa de elite da PM paulista), no qual chamou o ex-mandatário de "eterno presidente".

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