Descrição de chapéu chuva

Saga do blecaute já dura mais de 42 horas em São Paulo e moradores cobram a Enel e autoridades

Empresa ainda tem cerca de 1,1 milhão de clientes sem energia; cerca de metade dos casos foram resolvidos, diz concessionária

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São Paulo

Moradores de bairros de São Paulo que estão sem energia elétrica há mais de 42 horas lotam a Enel de mensagens questionando a demora para o restabelecimento do serviço.

Na soma de todas as concessionárias, o estado ainda tem cerca de 1,5 milhão de clientes no escuro. A Enel, porém, é a que concentra o maior número de afetados pelo temporal que atingiu o estado nesta sexta-feira (3).

No total, foram 2,1 milhões de unidades atendidas pela empresa afetadas, sendo que, até o início da manhã, 1 milhão de casos haviam sido solucionados.

Há reclamações direcionadas também ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) e ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O temporal que atingiu São Paulo na sexta-feira (03) causou quedas de árvores e estragos na rede de distribuição de energia elétrica - Ato Press/Agência O Globo

Moradores relatam, por exemplo, casos de comida estragando nas geladeiras, falta de respostas a perguntas sobre o serviço, luz restabelecida em algumas ruas de bairros e não em outras e suposto "sumiço" de equipes de manutenção das ruas.

Entre os que ficaram sem energia está o jornalista Tadeu Schmidt, atual apresentador do Big Brother Brasil (Globo). Ele relatou nas redes sociais que precisou ir à casa de uma amiga para assistir a final da Copa Libertadores.

O jornalista chamou o problema de "a saga do blecaute" e, antes do jogo, sugeriu que alguém o convidasse para ver a partida ou emprestasse um gerador.

Enquanto a luz não volta, moradores criam estratégias. Muitos paulistanos foram a shoppings em regiões com energia para carregar seus celulares e outros dispositivos móveis. As tomadas dos estabelecimentos são disputadas em horários de maior movimento.

Há relatos também de moradores comprando gelo para tentar salvar produtos perecíveis e medicamentos que precisam de refrigeração.

Segundo o Enel, o vendaval de sexta-feira, acompanhado de forte temporal, foi o mais forte registrado em sua área de concessão nos últimos anos e atingiu de forma severa a rede de distribuição de energia.

A empresa afirma que as equipes trabalham 24 horas para reconstruir os trechos destruídos.

Como resposta às reclamações, a Enel publicou em seu site uma série de fotos que mostram diversos pontos de destruição na rede de energia.

"Estamos restabelecendo de forma gradual o serviço, dando prioridade aos casos mais críticos, como serviços essenciais", diz nota da empresa.

O reparo seria complexo nos pontos que sofreram grande impacto e há a necessidade de substituição de cabos, postes e transformadores.

O prefeito Ricardo Nunes esteve no Centro de Operações da Enel na tarde deste sábado (4) e afirmou que São Paulo não registra rajadas de vento com mais de 100 km/h, como a que atingiu a capital na sexta, desde 1995.

Os dados são do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura.

"Para a gente ter uma ideia do que aconteceu, só no Parque do Ibirapuera caíram 128 árvores. Foi um evento extraordinário e estamos aqui trabalhando muito para restabelecermos o quanto antes", disse.

De acordo com Nunes, 1.470 funcionários foram destacados para atuar na área de corte e poda de árvores e 1.900 no serviço de limpeza.

Tarcísio de Freitas lamentou a morte de seis pessoas, chamou o evento climático de extremo, destacou o trabalho da Defesa Civil, dos Bombeiros e da Sabesp, que atua para restabelecer o fornecimento de água em locais impactados pelas quedas de energia.

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