Polícia do DF prende quadrilha suspeita de usar pornografia para extorquir autoridades

Vítimas tinham dados capturados ao adquirir pacotes em grupos do Telegram

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São Paulo

Policiais civis de três estados realizaram operação na manhã desta quinta-feira (28) contra integrantes de uma quadrilha suspeita de extorquir dinheiro de pessoas que acessavam grupos de conteúdo pornográfico no Telegram. Até o momento, quatro pessoas foram presas, e uma está foragida.

A operação Cyber Shield é conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do DF (Distrito Federal), e conta com agentes de São Paulo e da Bahia para cumprir cinco mandados de busca e apreensão e de prisão em Feira de Santana e Salvador, na Bahia, e na cidade de São Paulo.

Os grupos de pornografia, segundo a PCDF, eram criados pelos suspeitos no Telegram para atrair as vítimas de extorsão. Para acessar pacotes de conteúdo pornográfico, os participantes precisavam fornecer dados bancários para a compra.

viaturas trafegam por viela, favela ao fundo
Policiais de três estados fizeram operação contra quadrilha suspeita de extorquir dinheiro de autoridades que pagavam por pornografia - Divulgação/Polícia Civil de São Paulo

Em seguida, a quadrilha aprofundava as buscas sobre dados pessoais das vítimas, inclusive em bases de dados de segurança pública. Os alvos principais eram autoridades ou pessoas com cargos públicos, além de seus familiares.

A partir do uso de informações e dados pessoais das vítimas, a quadrilha exigia diversas transferências de dinheiro por meio de Pix. "Passavam a ameaçá-las com a divulgação desses dados na internet se não houvesse pagamento de determinada quantia", afirmou o delegado Eduardo Fabbro, da Polícia Civil do DF.

Segundo o policial, os suspeitos, que operavam distribuídos nas três cidades, integravam uma facção identificada como BDM, aliada do PCC (Primeiro Comando da Capital). Na Bahia, participaram da ação agentes do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) da Polícia Civil, junto com policiais do DF. Em São Paulo, o apoio ficou por conta do Grupo Especial de Reação da Polícia Civil.

Os suspeitos serão indiciados por organização criminosa, extorsão, invasão de dispositivo informático e lavagem de dinheiro. A operação teve apoio de inteligência do Laboratório de Operações Cibernéticas, unidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para identificar o uso de tecnologia no acesso indevido aos dados das vítimas.

computador sobre mesa de plástico, com cadeira de plástico e roupas e toalhas, fios pendurados
Vítimas tinham dados bancários capturados ao comprar pacotes de conteúdo pornográfico em grupos do Telegram - Divulgação/Polícia Civil do DF
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