Descrição de chapéu Obituário Anna Kaufman Schuartz (1936 - 2024)

Mortes: Dedicou a vida à filantropia e à comunidade judaica paulista

Anita Schuartz criava condições para as pessoas em vulnerabilidade social melhorarem de vida

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São Paulo

Anna Kaufman Schuartz nasceu em Quatá, a cerca de 500 km da capital paulista, no Dia das Bruxas, em 31 de outubro de 1936. O fato virou piada na família, que de brincadeira a chamava de bruxa, mas a imagem que Anita, como era conhecida, deixou foi oposta: a de uma filantropa referência na comunidade judaica de São Paulo.

Filha de poloneses que fugiram para o Brasil antes da Segunda Guerra Mundial —o engenheiro e pianista Kopel Kaufman e a pintora Malka Persia Lutsky Kaufman—, Anita deixou Quatá adolescente para estudar em São Paulo, no internato Colégio Batista Brasileiro. Foi na instituição que ela começou a ter contato com o trabalho voluntário.

Nos anos seguintes, passou a atuar na comunidade judaica, primeiramente na Ofidas (Organização Feminina Israelita de Assistência Social). Depois, tornou-se uma figura chave da instituição filantrópica Unibes (União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social), da qual foi presidente de 1990 a 1999. O público atendido pela Unibes é formado por crianças, adolescentes, idosos e famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social. Atualmente, são feitos mais de 15 mil atendimentos pela instituição, em grande parte por meio de programas criados por Anita.

Anna Kaufman Schuartz (1936 - 2024)
Anna Kaufman Schuartz (1936 - 2024) - Arquivo pessoal

Foram quase 60 anos atuando na instituição, pensando voluntariado e envolvimento da sociedade civil nas causas sociais. Depois que deixou a Unibes, passou a ser presidente honorária.

No início dos anos 2000, foi convidada para trabalhar na Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, na gestão de Walter Feldman, na qual idealizou e implantou o projeto Amigos do Esporte. O objetivo era motivar estudantes de educação física a serem voluntários na periferia da capital, promovendo a inclusão social de crianças e jovens por meio do esporte.

Ela ficou na pasta por sete anos, inclusive nas duas gestões seguintes, de Jorge Damião e Celso Jatene. Anita ainda trabalhou em Brasília, pela Federação Israelita de São Paulo.

Pelos seus feitos na filantropia, ela recebeu os prêmios "Direitos Humanos", do Ministério dos Direitos Humanos, entregue pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, "Anita Garibaldi", da Secretaria Estadual dos Direitos Humanos, e "Prêmio Bem Eficiente", por duas vezes, da Rede Filantropia.

Anita foi casada por 65 anos com o engenheiro civil Carlos Schuartz, com quem teve três filhos: Miriam, Paulo Eduardo e Luiz Fernando (falecido em 2009). Ela morreu no dia 31 de janeiro, aos 87 anos, de causas naturais, exatamente uma semana depois do marido.

"O luto judaico é de sete dias. Basicamente, ela esperou terminar o rito dele e morreu no dia seguinte.
A família teve uma sequência de luto, mas ao mesmo tempo uma história bonita. Foi uma vida vivida juntos", diz a neta Fernanda Brenner.

Ela deixa os filhos, as netas Fernanda, Luiza, Clara e Joana e o bisneto Max.

"Era uma pessoa de pessoas. Gostava dessa situação de criar condições para pessoas melhorarem de vida. Sua grande paixão era esse lugar do social", finaliza Fernanda.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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