Descrição de chapéu Obituário Silvia Maria de Macedo Chiarelli (1955 - 2024)

Mortes: Educadora dedicou a vida ao desenvolvimento de seus alunos

Silvia Maria de Macedo Chiarelli abriu uma escola e perseverou para seguir sua carreira na educação

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Uma visita despretensiosa a uma escola infantil em 1979 mudou para sempre a vida de Silvia Maria de Macedo Chiarelli. Acompanhando uma amiga que foi se inscrever num curso de formação de educação para pequenos, ela se maravilhou com uma roda de conversa entre uma professora e seus alunos. Saiu de lá matriculada.

No último ano do curso de sociologia e política, ela trabalhava na transportadora do pai e fazendo traduções literárias. Por isso, não sabia que rumo tomar na carreira. Durante o curso, porém, ela se apaixonou e se voluntariou para tocar projetos até ser contratada como professora efetiva.

Nascida em São Paulo em 1955, Silvia era a mais velha de seis irmãos. Em 1980, casou-se com Domingos Tadeu Chiarelli, com quem teve as filhas Luanna e Stella. Pouco depois, a escola em que trabalhava fechou e, no ano seguinte, ela conseguiu uma vaga em outro colégio, o Curió, que funcionava como uma associação de pais e professores.

Silvia Maria de Macedo Chiarelli (1955-2024)
Silvia Maria de Macedo Chiarelli (1955-2024) - Ariadne Vasconcelos

Este, no entanto, fechou em 1983. No ano seguinte, Silvia e outros dez ex-funcionários da Curió se juntaram para criar uma escola própria, a Alecrim, no bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. Em 1989, os outros sócios saíram para tocar projetos diferentes e ela ficou como única dona.

Silvia até chegou a receber conselhos para fechar a unidade, mas ela perseverou, atuando como diretora, professora e até ajudando na limpeza e dando banho nas crianças em noites do pijama. Pouco a pouco, colocou a casa em ordem e a escola cresceu.

"Minha mãe era a pessoa mais amiga que conheci, mais cheia de energia, otimista, alegre, teimosa e forte
como mãe", diz a filha Luanna, que também trabalha na escola.

"Ela era muito encorajadora a fazermos tudo o que nós, filhas, queríamos. Como avó, estava sempre presente na vida da minha filha. Não era uma avó que faz comida, mas a que dá bronca, que brinca. Elas criaram um mundo particular de personagens."

Luanna conta que a maior queixa das filhas era que a mãe trabalhava muito e estava sempre na Alecrim. Silvia, porém, encontrava tempo para viajar com o marido, como quando Stella morou fora do país. Além disso, gostava de fazer trabalhos manuais, como bolsas de lacre de latinha de cerveja e refrigerante.

"Era uma pessoa imensa, sabida. As pessoas consultavam minha mãe para tudo. Famílias que já tinham saído da Alecrim iam procurá-la para conversar", lembra Luanna. "Ela sabia conversar sobre tudo,
não importava se o assunto era supercabeça ou se era para falar que o dia estava mais quente."

Atualmente, Silvia estava preparando a mudança da Alecrim para sua primeira sede própria, no ano do aniversário de 40 anos da escola. Um infarto no dia 4 de janeiro, porém, não a deixou realizar esse sonho. Internada, começou a melhorar, mas morreu cinco dias depois.

Ela deixa o marido, Tadeu, as filhas Stella e Luanna, a neta Flora e gerações de educadores e estudantes gratos por terem feito parte de sua vida.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.