Descrição de chapéu Obituário Maria Apparecida Constantino Vilela (1937 - 2024)

Mortes: Foi dermatologista de sucesso do Hospital das Clínicas de São Paulo

Maria Apparecida Constantino Vilela atuou tanto no atendimento aos pacientes quanto como professora

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São Paulo

Nascida em 1937 em Franca, a cerca de 400 km de São Paulo, Maria Apparecida Constantino Vilela desde cedo quis ser médica. Entrou na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) nos anos 1960 e se tornou uma profissional respeitada por pacientes, colegas e alunos.

Ela iniciou a residência médica em pediatria, mas se transferiu posteriormente para a área de dermatologia no Hospital das Clínicas, onde concluiu sua residência em 1967 e ingressou na sequência como médica assistente na Divisão de Dermatologia.

A partir de então, não parou mais de medicar. Em 1972, defendeu sua tese de doutorado sobre lipodistrofia generalizada congênita, um distúrbio genético caracterizado pela perda de gordura corporal.

Maria Apparecida Constantino Vilela (1937 - 2024)
Maria Apparecida Constantino Vilela (1937 - 2024) - Arquivo pessoal

Além de atuar no atendimento ao público, Maria Apparecida também trabalhou em atividades administrativas, participando da Comissão de Graduação e da Comissão de Residência da Divisão de Dermatologia do HC, dedicando-se ao ensino dos alunos, à formação profissional dos residentes e à orientação de mestrandos e doutorandos em várias áreas da dermatologia.

Criou ainda o setor de Colagenoses (reumatismos) no seu departamento. Nos anos que antecederam sua aposentadoria, ela se dedicou à dermatopatologia, uma subespecialidade médica que trata do estudo das doenças da pele em nível microscópico. E na área de pesquisa, tem inúmeras publicações em periódicos nacionais e internacionais.

"A dra. Maria Apparecida foi uma figura marcante no ensino, assistência e pesquisa no Hospital das Clínicas, contribuindo, em muitos anos de trabalho, na formação de grande quantidade de especialistas, destacando-se pela sua elegância pessoal e no trato com colegas e alunos, pela sua capacidade de trabalho, dedicação e enorme senso de responsabilidade que transmitia aos seus colegas e alunos", comenta Evandro Rivitti, professor titular de medicina da USP e colega de Vilela por quase 50 anos, até a aposentadoria dela, em 2007.

Segundo a amiga e psicanalista Marina de Oliveira Costa, quando não estava no HC, Vilela ficava em seu consultório na rua Pará, em Higienópolis, região central de São Paulo, local que dividia com os também dermatologistas Sebastião de Almeida Prado Sampaio e Helena Muraco.

"Ela fazia questão de abrir o consultório no domingo para atender as pessoas. Era muita dedicação na vida profissional. A vida dela era o consultório. Com a pandemia, ela precisou fechá-lo e deu uma murchada", lembra a amiga.

Costa conta que entre os prazeres de Maria Apparecida estava viajar com o marido, o dentista Célio Vilela dos Reis. Tanto que conhecia muitos lugares no mundo, entre o Oriente e a Europa.

Cardíaca e diabética, ela sentiu-se mal e precisou ser internada. Morreu aos 87 anos em 27 de janeiro. Deixa o marido e o irmão, Sergio Nader.

"Ela era dotada de uma generosidade ímpar, gostava de cultivar as horas junto aos seus muitos amigos, não media esforços para abrir seu consultório e estar presente, sempre que fosse necessária", diz Marina.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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