Com apenas 15 anos, José Roberto Covac fez a sua primeira empreitada para garantir o acesso de jovens à educação. Ele mais tarde se tornaria advogado e exerceria por quase 30 anos o cargo de diretor jurídico da principal entidade das faculdades particulares do país.
De família católica, começou ainda adolescente a participar de ações sociais da igreja que frequentava. A atividade tinha como finalidade dar formação espiritual para as crianças, mas Covac descobriu que os meninos e meninas do Jardim Rosana, em Ferraz Vasconcelos (Grande SP), não tinham acesso à escola pública naquele momento.
Como a prefeitura da cidade alegou não ter recursos para construir uma nova unidade, Covac procurou Lila Byington, mulher do então governador Paulo Egydio Martins, e conseguiu a instalação de uma escola no bairro.
Foi no mesmo grupo de ações sociais católicas que ele conheceu sua mulher, a também advogada Iara Lucas de Sá Covac, com quem teve três filhos.
Mesmo depois de ter decidido cursar direito, Covac continuou motivado a levar educação para aqueles que não tinham acesso, trabalhando de forma voluntária para alfabetizar pessoas presas.
Após se formar, decidiu se especializar em direito educacional e se tornou um dos nomes de referência na legislação sobre o ensino superior do país. Em 1995, ele criou a assessoria jurídica do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior Particular).
Em seu livro autobiográfico "A Educação como Vocação e o Direito como Expressão", o advogado atribuiu as três décadas em que se dedicou ao setor do ensino superior brasileiro a uma vocação impulsionada por essa série de episódios ligados à educação ao longo de sua vida.
"Foi uma das principais referências em termos de educação superior no Brasil", conta Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.
"Covac esteve presente nas lutas em prol da educação superior e, principalmente, da educação superior privada, como os marcos históricos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, do Prouni e do Fies. É incontável a quantidade de momentos históricos em que o Covac esteve defendendo o ensino superior", ressalta.
Ele também foi coordenador e professor do curso de direito educacional em um centro universitário, consultor jurídico da Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior) e da Abrafi (Associação Brasileira das Mantenedoras de Faculdade) e presidente da Abrade (Associação Brasileira de Direito Educacional).
Além da trajetória profissional de sucesso, os amigos e colegas de trabalho tinham Covac como uma referência de conciliação de interesses e na fé que mantinha inabalável mesmo diante de grandes problemas.
Aos 63 anos, sofreu um infarto na quinta-feira (4) em sua casa em Mogi das Cruzes. Deixa a mulher, Iara, os filhos José Roberto, Fernando e André e os netos Thiago e Catarina.
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