Descrição de chapéu Obituário Neide Immaculada Junqueira Paoli Vieira (1929 - 2024)

Mortes: Foi uma mulher generosa e transgressora

Formada no Largo de São Francisco, Neide acolhia todos que precisavam

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São Paulo

Neide Immaculada Junqueira Paoli Vieira foi ao longo de 94 anos um acontecimento na vida de todas as pessoas que tiveram o privilégio de conhecê-la. Uma mulher inspiradora, corajosa e transgressora.

Neide Immaculada Junqueira Paoli Vieira (1929 - 2024)
Neide Immaculada Junqueira Paoli Vieira (1929 - 2024) - Arquivo pessoal

Durante seus primeiros anos de vida, atos subversivos no colégio de freiras foram o prelúdio do que estaria por vir. Ainda adolescente, Neide saiu de Coroados (no interior do estado) e foi morar na grande São Paulo, a 495 km de distância.

Leu apenas os resumos dos livros do vestibular, engambelou na prova de francês e, "voilà", conseguiu adentrar o seleto grupo de mulheres da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da USP, em uma época em que eram minoria absoluta no ensino superior brasileiro.

Ela formou-se, casou-se e teve três filhos. Mas as intempéries da vida fizeram com que seu marido morresse ainda jovem. A partir dali, ela aprendeu a dirigir, arranjou um emprego e foi trabalhar pela primeira vez.

Construiu uma linda casa, criou seus filhos e encontrou um novo amor, numa época em que isso era muito mal compreendido —e o que deixou sua mãe de cabelos brancos.

Neide lidava com enorme firmeza e personalidade diante das surpresas da vida. Quantas pessoas queridas se foram, ela garantia que continuassem a ser lembradas.

Diante das amarguras da vida, ela respondia com doçura. Emanava tanto afeto que sua casa se tornou o refúgio de todos que precisavam e palco histórico de grandes comemorações e subversões. Ela sabia acolher e enfrentar; aprendeu a se adaptar, e não simplesmente aceitar. Sabia e amava viver.

No último dia 28 de março ela deixou uma nova missão à legião de familiares, amigos e admiradores da sua alegria, generosidade e personalidade únicas: subverter sua ausência e dar vida a seu legado de generosidade, transgressão e amor incondicionais.

Neidinha deixou três filhos (José Luiz, Maurício e Quito), quatro netas (Flávia, Juliana, Ana e Bruna) e cinco bisnetos (Ana Lua, Maria Flor, Luísa, Antônio e Valentim).

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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