Descrição de chapéu Obituário Roberto de Godoy Marques Filho (1949 - 2024)

Mortes: Jornalista se tornou referência em assuntos militares no país

Roberto Godoy ganhou o Esso e vários outros prêmios por suas reportagens ao longo da carreira

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São Paulo

Criado no meio jornalístico, Roberto Godoy começou cedo na profissão e nunca mais parou, tornando-se ao longo dos anos a maior referência do país na cobertura de assuntos de Defesa, sendo reconhecido inclusive pelos militares.

Nascido em 1949 em Campinas, a 90 km de São Paulo, ele começou a carreira no jornal Correio Popular, do qual seus pais eram sócios minoritários. Posteriormente, foi contratado pelo jornal O Estado de S. Paulo para chefiar a sucursal de Campinas.

Na década de 1990, ele retornou para sua cidade para assumir a direção do Correio Popular, função que exerceu até 1999, quando voltou a colaborar com o Estado. Um ano depois, virou editor da Agência Estado, e na sequência foi repórter especial e comentarista da rádio Eldorado e da TV Estadão.

Roberto de Godoy Marques Filho (1949 - 2024)
Roberto de Godoy Marques Filho (1949 - 2024) - Gabriela Biló - 7.jan.19/Estadão

Sua veia jornalística foi comprovada ainda jovem, quando conquistou três prêmios do Ciesp (Centro das Indústrias) de Campinas de 1969 a 1971. Nesse último ano, conquistou o maior prêmio do jornalismo nacional, o Esso, com a reportagem "O micro-laser vai mudar tudo nas telecomunicações", publicada no Estado.

No fim dos anos 1970, encarregado pelo então editor-chefe Miguel Jorge para investigar a indústria da segurança brasileira, Godoy não só publicou reportagens exclusivas como passou a estudar o assunto, o que o tornou referência de informação da área, sendo reconhecido pelos chefes das Forças Armadas e executivos da indústria de armas e aviões.

"Destacado conhecedor de temas militares, contribuiu sobremaneira para a divulgação do trabalho do Exército Brasileiro, assim como com a defesa de nosso País, em debates, matérias e coberturas", afirmou o general Tomás Ribeiro Paiva, comandante do Exército, ao saber de sua morte.

José Francisco Pacola, assessor parlamentar na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), trabalhou com Godoy por cerca de oito anos e se tornou um dos seus vários amigos. Ele conta que o jornalista era uma pessoa bem-humorada e sempre tinha boas histórias para contar.

"É difícil separar a vida do Godoy, porque ele era jornalista 24 horas por dia. Ele gostava muito de tomar café em um posto de gasolina no bairro Cambuí, em Campinas, onde se encontrava com os amigos. Era um cara antenado 24 horas por dia, sempre sugerindo pauta ou fazendo comentários. Muito culto, sempre indicava algum livro ou filme", lembra Pacola.

"Como chefe, era muito exigente com a qualidade do texto, mas, ao mesmo tempo, sempre motivador. Falava para você procurar o texto perfeito, o lide [a abertura de um texto jornalístico] maravilhoso, mas estava sempre disposto a te ajudar a melhorar. E elogiava quando era preciso", completa.

O amigo também revela que Godoy gostava de uma carne mal passada no churrasco e tinha a leitura como hobby. Também se interessava por carros potentes e nunca se esquecia dos netos, suas paixões.

Roberto Godoy morreu dia 29 de março, aos 75 anos, em Campinas, de parada cardíaca. Ele tratava um câncer havia alguns meses. Deixa a mulher, Cida, os filhos André e as gêmeas Roberta e Amanda, e os netos João, Alícia e Miguel.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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