Nunes dispensa Transwolff e diz que prefeitura vai gerir 'ônibus aquático' em SP

Empresa, que iria administrar o sistema, é investigada por suposto elo com a facção criminosa PCC

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São Paulo

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, disse que o sistema de "ônibus aquático" que deve entrar em funcionamento na represa Billings, na zona sul da cidade, não deve mais ser operado pela Transwolff. De acordo com Nunes, a prefeitura quem vai gerir o novo modal.

"A gente optou por não fazer mais o transporte hidroviário com a empresa Transwolff. Eu optei, até por conta de todas as questões que estão acontecendo de investigação da Transwolff e da UPBbus, de operar o aquático diretamente pela Prefeitura de São Paulo. Então a Procuradoria está vendo qual que é o caminho legal para isso", afirmou Nunes nesta quarta-feira (17), em evento na zona sul.

A Transwolff é investigada por suposta ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A empresa, por isso, está sob intervenção da prefeitura.

Sistema de 'ônibus aquático' deverá ser operado pela Prefeitura de São Paulo - Divulgação/Prefeitura de São Paulo

Nunes disse que a gestão dos "ônibus aquáticos" estava com a empresa porque ela ganhou a licitação daquele território. E como a represa Billings fica na área, seria natural que a Transwolff ficasse com a operação.

Sobre os caminhos legais para a gestão municipal fazer a operação, Nunes afirmou que pode fazer uma requisição administrativa ou pedir a desapropriação dos barcos e comprá-los da empresa. O setor jurídico da prefeitura avalia as alternativas.

"O que tem de certo é que será a Prefeitura de São Paulo que irá operar esse transporte. A questão é só a gente poder ajustar essa questão judicial. Acho que essa semana a gente deve resolver isso. Eu dependo também dos pareceres da Procuradoria e eu quero inaugurar o mais rápido possível", afirmou.

No dia 14 de abril, a Justiça de São Paulo liberou a operação do "ônibus aquático" —o projeto havia sido barrado a pedido do Ministério Público, que apontava a necessidade de a gestão Nunes elaborar mais estudos sobre o impacto ambiental do projeto na represa Billings.

A inauguração seria em 27 de março, mas a operação foi suspensa pela representação do Ministério Público. Até que no dia 14 o desembargador José Helton Nogueira Diefenthaler acatou os argumentos da SPTrans e suspendeu os efeitos da liminar concedida anteriormente.

No processo, a SPTrans declarou que o projeto-piloto estava regular pois houve apreciação da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) mediante parecer técnico, que entendeu pela não necessidade de licenciamento ambiental por se tratar de projeto de pequeno impacto.

O projeto prevê que duas embarcações com capacidade para 60 passageiros cada farão o percurso que liga o bairro Cantinho do Céu, na região do Grajaú, ao Parque Mar Paulista, em Pedreira. O trajeto de 17,5 km demora, atualmente, cerca de 1h20 e demanda duas viagens em linhas de ônibus diferentes.

O sistema aquático é um dos principais projetos que o prefeito pretende apresentar em sua campanha à reeleição, reconhece o próprio Nunes. A proposta foi sugerida por ele em 2014, quando ainda era vereador.

"Tenho uma relação de paixão com esse projeto", diz. "Sou daquela região, mantenho um vínculo com as represas, tanto a Billings quanto a Guarapiranga, apesar de não saber nadar."

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